O conteúdo desta matéria é exclusivo para os assinantes.

Convidamos você a assinar a FOLHA: assim, você terá acesso ilimitado ao site. E ainda pode receber as edições impressas semanais!

Já sou assinante!

― Publicidade ―

Remanescentes de quilombos em Ponte Nova, Barra Longa e Mariana

A Fundação Palmares homologa títulos para comunidades de Nogueira/Ponte Nova, Volta da Capela, Barretos/ambas em Barra Longa e Campinas/Mariana.
InícioCIDADESemana Social: duas noites de intenso debate

Semana Social: duas noites de intenso debate

O segundo dia de agenda da 1ª Semana Social de Ponte Nova ocorreu na noite dessa terça-feira (29/8), no Centro de Pastoral da Paróquia Santíssima Trindade, no bairro Triângulo. Moradores do local e de bairros e comunidades do entorno compareceram para debater e responder às perguntas “Que bairro e cidade temos? Que bairro e cidade queremos?”

O objetivo do evento, organizado pela Dimensão Sociopolítica de Ponte Nova, com apoio de Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP) e Sindicatos de Ponte Nova, é “refletir e debater sobre os problemas que afligem as comunidades, visando pensar uma forma de garantir vida digna e plena para todos”.

Na abertura, padre Geraldo Gabriel Pinto fez breve avaliação do cenário político brasileiro atual. “A honestidade política hoje está escassa, mas não podemos desistir. Devemos pensar numa formar de ajudar a melhorar a cidade e o país em que vivemos. Então vamos unir forças, e não apenas criticar”, ponderou ele.

Antes da formação da mesa de debates, ocorreu apresentação musical e de dança da Associação Criativa e Cultural Zimbábwe, com Isabel dos Santos e sua filha Eshiley.

Representando a Comissão de Moradia Popular, Welton Pimentel (Leleco) falou sobre a luta pela moradia em Ponte Nova, explicando a história da povoação da cidade. “Vários direitos do povo foram violados ao longo dos anos e ainda são, dentre eles o direito de moradia. Temos na nossa cidade resquícios de exploração do trabalhador, principalmente do povo negro”, disse, ressaltando que Ponte Nova tem em média oito despejos mensais.

O próximo a falar foi Jayme Sobrinho, da Pastoral Afro-Brasileira: “Nossa intenção é a de empoderar o povo negro e buscar reflexão com outras pastorais para pensar o ser humano e desconstruir conceitos.” Ele apontou o grande índice de negros entre a população carcerária, num quadro de “racismo institucional”. Enfatizou ele: “Neste espaço de exercício do amor, precisamos discutir a melhor maneira de elevar o povo negro num todo.”

Já Waldenier Gomes, da Pastoral da Juventude, falou sobre a dificuldade que os jovens encontram para se inserir na sociedade, a começar pela baixa oportunidade de empregos: “Precisamos ouvir os jovens e estamos dispostos a ajudá-los. Muitos criticam, mas não buscam ajudar. Ressalto também que nosso bairro é carente, por exemplo, de uma praça de esportes, onde estes jovens poderiam entreter-se, e não ir para os caminhos das drogas.”

Houve ainda o discurso emocionante de Isabel dos Santos sobre violência contra a mulher: “Muitas delas apanham em público, e ninguém faz nada, ninguém defende. Que os pais eduquem seus filhos para que não se tornem agressores. Não criem machistas.”

Representando as Escolas Família Agrícola, Mônica Rodrigues discursou sobre a importância do ensino nas comunidades rurais, que deve ser transformador e visar à qualidade de vida: “Todos têm direito à educação, mas muitas vezes o cidadão do campo tem que se deslocar até a cidade para ter este direito. Precisamos de mais escolas no campo e que sejam voltadas para a realidade deste meio.”

A Semana se estende durante os próximos dias com a seguinte programação:

30/8, às 19h – Bairro Rasa/Salão Comunitário; 31/8, às 19h – Bairro Pacheco/Salão Comunitário; e 1°/9, às 19h – Capela do Bairro São Pedro.

Bairro de Fátima

A abertura ocorreu na noite de 28/8, na sede do Grupo Afro Ganga Zumba, no bairro de Fátima, com depoimentos de Neli Magalhães/Sindicato Único dos Trabalhadores do Ensino (SindUte) e destes representantes de pastorais: Dilma Ferraz/Dimensão Sociopolítica, Maria Helena Gomes/Carcerária, Pedro Catarino/Afro-Brasileira; e Marcos Xavier/Juventude.

Depois da abertura, a cargo do padre Nilson Guimarães, houve seguidas denúncias relativas a: privatização em massa promovida pelo presidente Michel Temer/PMDB; extermínio de jovens (especialmente os negros); discriminação contra negros e detentos; aumento do desemprego; e queda da qualidade de vida.

O evento, aberto com mostra e capoeira, referiu-se a temas já mencionados acima no debate de 29/8, com algumas especificações:

– Marcos detalhou a discriminação geral contra moradores da periferia. Ele abriu o seu discurso com um sonoro “Fora, Temer!”

– Pedro frisou a luta pela emancipação sociopolítica dos negros.

– Neli destacou a busca de melhores salários para todas as categorias de trabalhadores.

– Maria Helena assinalou avanços no acompanhamento dos detentos, comentando as dificuldades de reinclusão deles na sociedade e na família.

– Dilma assinalou o novo desafio da Igreja, que é o da consolidação da Pastoral da Sobriedade.

error: Conteúdo Protegido