O temporal do fim da tarde e do início da noite de 20/11 provocou transtornos em algumas regiões de Ponte Nova, com inundações principalmente nos bairros Recanto das Pedras e Bem Viver, onde veículos, residências e vias públicas foram atingidos pela enxurrada – com muita lama – que desceu do vizinho loteamento Alto do Guarapiranga (veja os vídeos no final da matéria).
Na manhã desta terça (21/11), prosseguia a limpeza iniciada ainda de madrugada, com pessoal e máquinas da Gran Urbanismo e da JG Urbanismo, tendo apoio de caminhões-pipa que os empreendedores trouxeram da cidade de Conselheiro Lafaiete (não era veículo do Departamento Municipal de Água, Esgoto e Saneamento/Dmaes, como se informou num primeiro momento).
Esta FOLHA apurou que a enxurrada originou-se em trecho de terraplenagem do empreendimento, ganhou a av. Jatobá e, escorrendo por lote vago, caiu na av. José Otaviano Mosqueira, havendo alagamento na parte baixa, em trecho vizinho da Academia Biotipo’s.
Houve momentos de pânico e movimentação de moradores do entorno e de usuários da Academia para retirar os seus veículos. Com o fim da chuva, houve mobilização para abertura de bueiros e desobstrução da rede pluvial.
O prefeito Wagner Mol/PSB, o diretor-geral do Dmaes, Anderson Roberto Nacif Sodré, e o coordenador municipal de Defesa Civil, Cícero Gomides, percorreram o trecho ao lado de Emílio Mosqueira Fontes, diretor da Gran Urbanismo, encarregado do loteamento (lançado há duas semanas). Eles combinaram o serviço de limpeza, iniciado às 2h30 da madrugada.
No caso do loteamento, este Jornal apurou que em 16/11, justamente temendo pela proximidade das chuvas, integrantes da Associação de Moradores do Bairro Bem Viver e Adjacências tiveram reunião para elaborar pauta de entendimentos com Gran Urbanismo para debater os impactos do empreendimento.
Wagner, Anderson e Cícero ainda percorreram, no fim da noite, regiões críticas, a começar pelo bairro de Fátima, onde, em decorrência do temporal de 5/11, houve transbordamento do córrego Passa-Cinco. Não houve, todavia, cheia nesse 20/11, porque uma semana antes a Prefeitura havia providenciado desassoreamento do leito desse curso d’água.
"Fomos ao bairro Novo Horizonte, de onde até recentemente descia muita lama. Depois de nossa intervenção [na rede pluvial], não desceu mais [enxurrada]", postou Anderson em grupos de WhatsApp.
A esta FOLHA, Emílio relatou, nesta terça-feira, que houve reunião logo cedo, na sede da Prefeitura, com representantes da Defesa Civil, do Dmaes e de Secretarias Municipais (Planejamento, Obras e Procuradoria Jurídica). Na pauta, termo de compromisso a ser concluído nesta quarta-feira (22/11), destinado a ampliar, via estrutura do Alto Guarapiranga, as medidas preventivas. Ele resumiu o episódio de 20/11: choveu muito, em pouco tempo, e o grande volume de água rompeu a estrutura aprovada pela Prefeitura: obstáculos físicos, bacias de contenção e rede de drenagem.
Esta FOLHA recebeu reclamações, contudo, de lama até a calçada no entorno do Supermercado Novo Horizonte, no bairro de Fátima. Mencionou-se ainda afundamento do calçamento na rua Tupi, entre aquele bairro e o vizinho São Pedro. No fim da tarde dessa segunda-feira, houve relato de ônibus do transporte coletivo retido em trecho de lama no bairro Rasa.
