Em 11/1 (quinta-feira passada), teve início, na Igreja Matriz do Centro Histórico, a Novena da Festa de São Sebastião – Padroeiro de Ponte Nova. A Paróquia divulgou a programação e, "em sintonia com a Igreja do Brasil, na celebração do Ano do Laicato, convidou a refletir sobre a identidade e a missão dos cristãos leigos e leigas".
Até esta sexta-feira (19/1), a novena seguirá com os temas abordando a missão do cristão leigo: no meio universitário; junto aos movimentos sociais; promovendo a igualdade racial; protegendo o meio ambiente; e junto aos meios de comunicação.
Em todos as noites, registraram-se testemunhos de fiéis. Na abertura da novena, a enfermeira Luciane de Castro, da Unidade Básica de Saúde da Comunidade de Vau-Açu, comentou sobre ser cristão leigo na defesa da saúde pública: “Quando a gente tem fé, conseguimos ver os problemas com outros olhos, não apenas com o olho técnico, de profissional. A gente consegue sentir na pele o que cada um está vivendo.”
Já na segunda noite, Adinalva Siqueira, da Dimensão Sociopolítica da Forania de Ponte Nova, ressaltou o papel do cristão leigo em meio à política: “Os cristãos bens formados, à luz de fortes critérios éticos, iluminados pela mensagem das bem-aventuranças, não podem furtar-se de oferecer uma contribuição especial para a política.”
No terceira agenda, refletiu-se sobre a presença dos cristãos leigos junto aos encarcerados. “Muitas vezes a pessoa está aqui na Igreja, mas ainda assim ela julga, ela aponta. Mas quem diante de Deus não peca? Todos nós estamos sujeitos a erros, ao arrependimento. E, se você tem arrependimento, você alcança o perdão”, disse a jovem recuperanda Cristiana Cândida.
“Hoje posso agradecer a Deus, pois abriu as portas para mim. Cumpri 4 anos e 10 meses de pena e hoje durmo no albergue. Deus me abençoou, e eu trabalho aqui na Paróquia hoje. Só tenho a agradecer a Deus e às pessoas pelas quais fui muito bem acolhida. Não cheguei aqui e fui apontada. O que faço diante de Deus é Ele quem vai julgar”, agradeceu Cristina, enfatizando que atualmente precisa-se de mais união e menos julgamento.
Assistente social do Complexo Penitenciário de Ponte Nova, Gianni Fernandes, por sua vez, enfatizou que se trabalha continuamente e o resultado surge em longo prazo. “O trabalho junto aos encarcerados é assim. Nós precisamos cada dia mais desta política de atendimento aos detentos, pois a política falha. Se pra nós já é difícil correr atrás dos nossos direitos, imagine para os encarcerados. Devemos ser então uma ponte entre eles e o mundo externo”, declarou a assistente.
No quarto dia de novena, o testemunho ficou por conta de Rosane Name Reis Fialho, diretora da Superintendência Regional de Ensino.
“Todo mundo aqui se lembra do seu primeiro professor e quem foram os bons e os ruins. Todos nós nos tornamos educadores em instâncias diferentes, quer seja na família, no trabalho. Precisamos ter certeza de que a ética conduza tudo em nossa vida e refletir sempre como está sendo a nossa contribuição diária para o mundo”, refletiu Rosane assim concluindo: "Se a gente conseguir exercitar a cada momento do nosso trabalho a possibilidade de se colocar no lugar do outro, de ouvir e estar presente, talvez a gente seja lembrada com carinho e ternura."
Em cada dia, sempre às 6h30, vem ocorrendo a oração do terço, seguida, às 7h, de celebração eucarística. Às 19h30, nova missa, tendo em cada noite participação especial dos testemunhos e de algumas comunidades.
Neste sábado (20/1 – Dia de São Sebastião), após a missa das 8h, haverá bênção de animais e leilão (9h30), seguidos de acolhida de cavalgada na praça Getúlio Vargas. Às 18h, procissão e celebração eucarística festiva de encerramento.