
Apesar de muitos que apanharam na infância dizerem que isto não interferiu negativamente em suas vidas, sabemos que castigos físicos provocam desestruturas emocionais para toda a vida.
Alguns exemplos são: medo de figuras de autoridade; necessidade exagerada de competição com quem detém autoridade no trabalho ou na vida social; atitudes agressivas persistentes, como defesa ou para conseguir o que deseja; sentimento de inferioridade excessiva; ansiedade exagerada diante de determinadas cenas ou acontecimentos; irritação constante; explosão de raiva intermitente; e depressão.
Atualmente, atitudes autoritárias não são aceitáveis, mas a necessidade de se manter no controle ou medo de perdê-lo pode fazer com que os pais utilizem de atitudes autoritárias para dar ou impor limite aos filhos. Esta conduta não está desarticulada de outros aspectos como a falta de preparo dos pais em dizer não aos filhos.
Se o autoritarismo não é saudável para a formação da personalidade dos filhos, a permissividade exagerada também não. Muitos pais se orgulham por não bater nos filhos, mas entregam a autoridade a eles e eles decidem, no lugar dos pais, o que fazer.
Isto também é um perigo, pois a criança precisa conviver com frustrações como parte do desenvolvimento emocional.Do contrário, os filhos se tornam pequenos ditadores fazendo birras, respondendo mal, batendo portas, demonstrando raiva e descontentamento por não conseguirem o que desejam. Pode também ser instaurada uma competição na relação, além de outros sintomas de irritabilidade.
Na adolescência este comportamento opositor se torna mais evidente e o isolamento entre pais e filhos se estabelece. A permissividade dos pais, considerada erroneamente como demonstração de amor, na verdade pode causar conflitos e sofrimentos.
É necessário que os pais reflitam sobre suas atitudes e exerçam a sua autoridade através da escuta e diálogo permanentes, reforçando comportamentos positivos e suas consequências, ajudando na superação das dificuldades, sendo compreensivos, demonstrando afeto, mas agindo racionalmente.
Dar limites também é demonstração de amor. Esta dinâmica deve acontecer desde cedo. Começar a dizer não somente a partir da adolescência pode ser tardio e pouco efetivo. Todos merecemos ser felizes. Viva bem! Cuide de sua saúde mental!