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Nº 1.868 – 20 de Junho de 2025

InícioCULTURA‘Quando a arte comunica e emociona pessoas’

‘Quando a arte comunica e emociona pessoas’

A coluna Arte e Cultura, de Ademar Figueiredo nesta FOLHA, traz um pouco do trabalho do escultor Antônio Inácio/Boneca pelos olhos de Marco Túlio Garavini Trivellato.
 
O título desta matéria, do jornalista pontenovense Marco Túlio, ilustra muito bem quando falamos do escultor Boneca. O artista vem deixando sua marca esculpida em várias frentes, seja nas diversas esculturas e imagens sacras em madeira e argamassa, seja  em entalhes de painéis em madeira ou também em argamassa.
 
A foto do artista com uma imagem de Nossa Senhora de Fátima já foi transferida de seu atelier, na rua da Linha do Trem, no bairro Triângulo, para a comunidade de Maracujá, em Acaiaca.
 
Em mensagem ao Compadre Danilo, do Programa Alvorada Sertaneja, da Rádio Ponte Nova, os moradores daquela comunidade agradeceram: “Gostaríamos de agradecer a você, Danilo, pelo apoio por fazer as coisas acontecerem e em especial ao Sr. Boneca, artista de Ponte Nova, por ter presenteado nossa comunidade com esta imagem. Ficamos muito felizes, pois ela é a nossa padroeira. Estamos impressionados pela perfeição de seu trabalho.
 
Desejamos ao artista e à sua família muita saúde, paz e muitas bênçãos em suas vidas.”
 
Logo após esta mensagem, nos deparamos com um post de Marco Túlio Garavini num grupo de zap sobre cultura, onde falava de outra obra do Boneca: um painel entalhado em jequitibá mostrando cortadores de cana. 
 
Vale destacar que, tão logo as peças entalhadas ficaram prontas, foram montadas, na parede do prédio Coplacan no final do ano de 1979, pelo marceneiro Sílvio Vieira Marques (Sr. Suquinho). Sobre esta obra, passamos a palavra para Marco Túlio:
 
“Nada melhor que conhecer um grande artista através da emoção contida em sua obra. Nesta semana me deparei com um lindo mural, esculpido em madeira de jequitibá, retratando cenas de trabalhadores nos canaviais e nas usinas, que originalmente foi encomendado para decorar o Escritório da Coplacan – Cooperativa dos Plantadores de Cana -, onde hoje funciona a sede da Emater/Empresa de Extensão Rural, na rua Santo Antônio, ao lado do Poupy. Ao buscar a assinatura, lá encontrei um certo 'Inácio'. Na hora pensei: – Será o Boneca? Fotografei e coloquei no grupo, e para minha satisfação o próprio Boneca confirmou sua autoria.   
 
A grandiosidade da obra, as formas do povo, as situações do trabalho nos canaviais me impressionaram e me transportaram no tempo em que, já morando no Rio, vinha passar férias na fazenda da minha tia aqui em Ponte Nova.
 
Adorava acompanhar meus primos na lida, e os cortadores e cortadoras de cana sempre chamaram muito minha atenção. O corte, o facão, os amarrados, o carregamento do caminhão, os panos para evitar os espinhos, o suor, a vida dura.
 
A imagem de uma mulher negra dando de mamar com o filho agarrado ao peito, sem largar do facão, cortando a cana, ficaram na minha memória como uma fotografia que não tirei, digna de prêmio. E, para completar todo este quadro emocional, aquele prédio onde a obra se encontra foi construído pelo meu bisavô materno. 
 
Hoje, quando o querido e antenado Ademar me telefonou, querendo publicar e participar para um número maior de pessoas do que aquele nosso grupo de WhatsApp, me dei conta de como uma obra de arte, quando te surpreende pela beleza, seja dos traços talhados ou do suporte luxuoso de madeira de lei, da nossa rica e diminuta Mata Atlântica, desencadeia uma corrente de sensações vividas e memórias guardadas no lado esquerdo do peito. Esse é o grande poder da arte, quando atinge o alvo: comunica e emociona. 
 
Quero aproveitar e prestar minha homenagem e gratidão ao nosso grande artista Antônio de Pádua Inácio, o Boneca, por ter-me tocado tão forte e provocado uma profusão de emoções com sua arte. Espero, logo, logo, conhecê-lo pessoalmente. Mais uma vez, obrigado e parabéns, Ademar, por ter expandido a rede para além de um simples grupo de amantes da cultura pontenovense.”
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