O conteúdo desta matéria é exclusivo para os assinantes.

Convidamos você a assinar a FOLHA: assim, você terá acesso ilimitado ao site. E ainda pode receber as edições impressas semanais!

Já sou assinante!

― Publicidade ―

Solenidade maçônica abre temporada de posses em entidades

Luiz Henrique é o novo venerável mestre da Loja Maçônica União Cosmopolita. Em breve, posse solene em mais três instituições.
InícioCULTURAAs mulheres têm destaque na coluna 'Arte & Cultura'

As mulheres têm destaque na coluna ‘Arte & Cultura’

Durante os 10 anos de existência da coluna Arte & Cultura nesta FOLHA , Ademar Figueiredo aposta no segmento cultural através da divulgação das mais variadas produções femininas. Escritoras, cantoras, artesãs, musicistas, artistas plásticas e mais um sem número de atividades em que elas “aprontam” e contribuem para a construção de uma cultura diversa, plural e representativa.
 
E nesta semana, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher (8/3), ele reuniu contribuições de 3 “feras”, cada uma em seu segmento: Fernanda Miquilino Lopes/jornalista, Luciane Vieira Domingos Nunes/artesã e Raphaela Lopes/musicista. 
 
"Três depoimentos que transmitem a garra, a esperança e a força de acreditar em dias melhores para toda a sociedade, numa convivência que prime por igualdade, equidade e respeito compartilhado por todos – homens e mulheres -, cada um fazendo a sua parte da melhor maneira possível", escreveu Ademar.
 
 
Os exemplos de minha mãe
 
Fernanda Miquilino Lopes, jornalista, assim escreveu:
 
"Durante toda a minha infância e adolescência, sempre fui muito tímida. Quando decidi estudar Comunicação Social, entrei focada em Assessoria de Imprensa. Imaginem o tamanho da minha surpresa ao ingressar como estagiária na TV Viçosa e me apaixonar completamente pelo telejornalismo! Desde 2016, tenho a alegria de exercer essa paixão como repórter da TV Educar.
 
Mas dessa vez eu não vim falar do amor que tenho pela minha profissão. Vim falar sobre o que me fez chegar até aqui. Aliás, quem me fez chegar até aqui: minha mãe, Cecília Quintão dos Reis, uma das mulheres mais incríveis que eu conheço.
 
Minha mãe ficou viúva aos 29 anos, quando eu tinha apenas sete anos. Apesar de termos tido muito apoio da família, no fim das contas éramos só nós duas. Ela sempre me deu exemplos nos gestos e na vivência. Por exemplo, minha mãe é a única entre onze irmãos que concluiu os ensinos fundamental e médio. Ela trabalhava durante o dia e, à noite, apesar do cansaço, ela ia para a escola. Isso me ensinou sobre persistência, sobre a importância de se esforçar, de estudar e buscar sempre a minha melhor versão.
 
A minha mãe é meu maior exemplo de força, inteligência, bom humor, resiliência, honestidade, resistência e coragem! Me ensina, diariamente, a lidar com meus erros, meus problemas e a pensar antes de agir. Por isso, falar de mim é, consequentemente, falar dela também, porque a pessoa que eu sou hoje se formou a partir dos exemplos que minha mãe me deu." 
 
 
Atualizando-me para melhorar o trabalho
 
"Meu nome é Luciane Vieira Domingos Nunes, tenho 42 anos, sou casada, mãe de uma menina, dona de casa e artesã. Comecei a trabalhar bem nova, para ajudar a família. Trabalhei de babá, recepcionista de uma construtora, atendente de lanchonete. Sou de 
Belo Horizonte e hoje moro em um sítio, no município de Santa Cruz do Escalvado. 
 
O artesanato entrou em minha vida, quando eu ainda estava na pré-adolescência. Tenho um tio que fazia bijuteria: adorava vê-lo montando aqueles brincos, colares e pulseiras. Então resolvi aprender. Aprendi crochê, pintura em pano de prato, ponto cruz, biscuit… 
 
Conheci o feltro, quando resolvi fazer o aniversário de 2 anos da minha filha. O tema escolhido foi 'galinha pintadinha'. Descobri no Google bonecos de feltro no tema, achei lindo, colorido, fiquei encantada… Procurei saber sobre o material, molde,  vi alguns vídeos… Falei: – Vou fazer esses personagens. Fiz todos, inclusive as lembrancinhas das mesas de convidados. Todos amaram… Desse dia em diante, vi que seria uma oportunidade de trabalho. Como moro em um sítio, tinha a dificuldade de ter um sinal bom de internet, mas enfim consegui…
 
E assim comecei a trabalhar, fiz algumas peças-piloto e divulguei em grupos de festa no WhatsApp. Consegui  parceria com decoradoras, fazendo bonecas(os) de feltro, que são usados para compor a decoração. Também faço enfeites de porta-maternidade, guirlandas,.. Tenho uma loja on-line na plataforma do Elo7, de onde vem boa parte das minhas vendas.
 
Hoje eu sou uma microempreendedora, pago o MEI, estou sempre me atualizando, para melhorar ainda mais meu trabalho e oferecer aos meus clientes o melhor atendimento, material e acabamento. Sou muito preocupada em oferecer sempre o melhor!
 
Há 6 anos trabalho com feltro,  estou muito feliz e realizada, tenho o apoio do meu marido e sou independente. Confira: @atelierdeartesdalu."  Luciane Vieira Domingos Nunes – Artesã
 
 
Luta por novos espaços 
 
"Meu nome é Raphaela Lopes, tenho 26 anos e trabalho com música em Ponte Nova e região. Aos 6 anos de idade, entrei para a banda de música em Diogo de Vasconcelos e descobri a música como vida. Comecei a cantar na Igreja Católica da cidade e aprender os primeiros acordes no teclado e violão.
 
Na adolescência, participava de bandas como cantora e, posteriormente, desejando me aprimorar mais sobre música, comecei a estudar na Percepção Musical, em Ponte Nova, onde conheci grandes amigos, que me mostraram um mundo de possibilidades musicais.
 
Todas essas experiências me levaram a cursar Licenciatura em Música na Universidade Federal de Minas Gerais. Entrei em 2013 e me formei em 2018. Durante a graduação, comecei a dar aulas em escolas e a tocar em casamentos em BH e região. Experiências que mantive até o início da pandemia, quando resolvi voltar para Diogo de Vasconcelos.
 
Atualmente, sou regente da Banda União Musical São Domingos, na qual comecei minha história musical. Buscando valorizar a mulher, mostrar como juntas podemos fazer música e questionar o sistema, criamos o grupo de percussão Maria do Rosário nesta mesma cidade, do qual também sou regente.  
 
Trabalho como professora de Música na Percepção Musical e toco nos bares de Ponte Nova. 
É importante ressaltar que nesses 26 anos de vida e em toda essa caminhada no mundo da música, eu vejo mulheres lutarem para ter o mesmo espaço e reconhecimento que são oferecidos aos homens.
 
É indispensável para o meio musical termos cada vez mais mulheres maestrinas, bateristas, guitarristas e em tantas outras posições, que na maioria das vezes eram ofertadas apenas para os homens. Nosso caminho ainda é longo em busca de igualdade, mas já fico feliz em ver mais mulheres nessas posições."
  
Raphaela Lopes – Musicista
 
error: Conteúdo Protegido