O prazo para cadastro no “Projeto Violas: o fazer e o tocar em Minas Gerais”, do Governo do Estado, por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico – Iepha/MG, foi prorrogado até 31/8. Segundo dados do Instituto, até 25/7 foram recebidos registros de mais de 700 pessoas, distribuídas por diversas regiões do Estado.
Mesmo com o alcance observado até aqui, o Iepha/MG indica que algumas regiões com tradição de tocadores e fazedores de violas ainda não estão contempladas no cadastro. Por isso, quem toca ou tem informações sobre pessoas que tocam viola nas folias, no congado, na catira, no lundu, em rodas de viola ou em outras ocasiões ainda pode acessar o site www.iepha.mg.gov.br e conhecer mais sobre o projeto.
A ação faz parte de estudo a que o Instituto deu início neste ano sobre o fazer e o tocar a viola em Minas Gerais. O cadastro visa identificar onde estão presentes os tocadores e os fazedores do instrumento no Estado e assim mapear suas características.
A pesquisa também pretende compreender as relações da viola com as comunidades, já que o instrumento é um dos elementos estruturantes da identidade mineira e uma das principais porta-vozes da nossa cultura interiorana.
O costume de fazer e tocar este instrumento está presente em grande parte do território de Minas Gerais e dialoga com muitas práticas tradicionais, como as folias, congadas e demais festejos populares.
Nas comunidades rurais, a música assume o papel de elemento mediador das relações sociais. Já nas celebrações religiosas, atua como fio condutor de todo o ritual. Em festas profanas, nos momentos de colheita ou trabalho em mutirão, o som da viola determina o ritmo das atividades.
Em maio, foi realizado seminário em Belo Horizonte reunindo fazedores e tocadores de viola de Minas Gerais e de outros Estados. Durante dois dias, instrumentistas, construtores e pesquisadores debateram sobre os diversos aspectos da viola, como a história, a importância social, as técnicas de tocar e a confecção do instrumento. Outros encontros também estão previstos, desta vez regionais.
Ao final do projeto, o estudo será apresentado ao Conselho Estadual de Patrimônio Cultural (Conep), que deliberará sobre o reconhecimento das "violas: o fazer e o tocar" como patrimônio cultural de Minas Gerais.