O jornalista e escritor pontenovense Délcio Teobaldo, 58 anos, morreu de infarto em 7/4, no Rio de Janeiro/RJ. Ele se destacou como editor, produtor e diretor da TV Educativa/RJ.
Em Ponte Nova, ele se projetou como comunicador em 1974, via Rádio Sociedade Ponte Nova, tendo programa musical noturno.
Radicado no Rio, viveu por vários anos em Maricá, onde trabalhou nas Secretarias de Cultura e de Ciência, Tecnologia e Comunicações. Atualmente residia em São Pedro da Serra, distrito de Nova Friburgo. Era escritor, músico, artista plástico, pesquisador de culturas populares, produtor, editor e diretor de TV.
Com o seu romance "Pivetim", ganhou o prêmio Barco a Vapor Brasil/2008 e também foi agraciado pela Associação Paulista de Críticos de Arte/2009. Deixou vários livros e o CD Mundeiro/2011 e editou o espetáculo "Moura Yndio", com canções em inglês e espanhol. Seu documentário “Infância Limitada” foi premiado pela rede inglesa BBC.
Nesta FOLHA, ele concedeu duas entrevistas a Ademar Figueiredo, da coluna Arte & Cultura, em 2014 e 2017. Nos depoimentos, destacou sua experiência como etnomusicólogo, a amizade com artistas locais e a busca de inspiração em nossa cidade.
Depoimentos
A professora e pesquisadora Laene Daniel assim escreveu nas redes sociais: “Os anjos deixaram suas trombetas e harpas de lado. Estava chegando por lá o Teobaldo. Laene Mucci (minha mãe) já organizava a recepção: – Vamos, peguem os tambores, é pra hoje! Do lado de cá, como diria Arthur Vinih, estamos sem saber se dançamos ou rezamos para homenagear o Délcio Teobaldo.”
Ex-secretária de Cultura de Ponte Nova e Rio doce, Adair Liberatto escreveu:
“Délcio Teobaldo, este pivetim mundeiro, transbordava conhecimento e simplicidade. Amava Ponte Nova e o jeito simples com que a sua gente expressava seus cantos de trabalho, suas rezas, benzeções e cantos religiosos. Délcio ganhou o mundo mostrando para este a riqueza da cultura com a qual conviveu a vida inteira: a cultura tradicional popular, numa ligação umbilical.
Misturou culturas, redescobriu culturas e reformulou conceitos. Hoje perdemos nosso mestre, um artista plural no ser, no fazer, no compartilhar. Em cada lugar por onde ele passou, honrou seus ancestrais, a sua gente e a sua cidade natal. Queria ter arriscado mais para ver você. A vida é tão rara, ne? Honrarei você, meu irmão, em minhas orações e em meus trabalhos. Vá em paz. o seu lugar está reservado à direita do Pai.”