Abaixo, texto de Ademar Figueiredo em sua coluna Arte & Cultura, em nossa edição impressa desta sexta-feira (11/2), com um pouco da história do novo projeto de Roberta Fontes.

"Na edição de nº 1.650, de 19/3/2021, publicamos entrevista com a escritora pontenovense Roberta Fontes por ocasião do lançamento do seu livro 'Um canto para o rio'. No início deste mês, Roberta entrou em contato para informar que está participando de novo projeto – “Seres-Rios” -, produzido a partir do Festival Fluvial, realizado de forma on-line pelo BDMG Cultural entre os dias 2 e 16/8/2021.
Roberta escreveu o texto 'A Watú, um rio que quer viver'. A propósito, o rio Doce, bem antes de receber este nome, já era conhecido pelo povo Krenak como Watú. Para o leitor situar-se, transcrevemos um pouquinho do texto apenas para entendimento da obra:
'Nasce um rio em berços singelos, entre pedras e matas, nas montanhas altas de Minas Gerais. Um filho amado da Mantiqueira, a serra que chora, e do Espinhaço, cordilheira brasileira. Surge como pequenos filetes de água brotando do fundo da terra, em uma infância brincante, de inocência cristalina, que verte tranquila em seus primeiros momentos de vida. Parte de Ouro Preto e Ressaquinha e, em seu jovem fluir, se apressa e se aventura por terras desconhecidas.
Doa-se e abriga tantas outras águas: do fundo da terra, da superfície, do céu. Verte o cântaro, enche a bacia. Vai confluindo com outras nascentes, outros córregos, riachos, ribeirões, rios, até que, finalmente, no encontro entre o ribeirão do Carmo e o rio Piranga, recebe o nome de rio Doce.'
Assim os coordenadores apresentam a obra: 'Livro Seres-Rios / BDMG Cultural – Falar sobre rios é falar sobre seres, matérias, encantamentos, violência, vida e morte. É falar sobre o duo natureza e cultura que tanto tentou se apartar, mas que resiste em manifestos e festas.
E pensar em rios no território das Minas e das Gerais é consagrar o maior número de bacias hidrográficas do país, onde abrigam-se nascedouros e grandes rios que seguem Brasil adentro e rumo ao Atlântico, abastecendo aquíferos e, por que não, imaginários de um mundo abundante.
O longo e cuidadoso processo de edição deste livro procurou fazer jus à enorme importância do que foi o Seres-Rios Festival Fluvial. Para guiar os leitores em uma navegação aberta aos encantamentos desses cursos d’água, uma série de imagens, cantos, pensamentos e vozes – marcados graficamente em sua singularidade, sem perder de vista suas relações – confluem através das páginas deste livro.'
O livro será distribuído de forma gratuita em escolas públicas e no link https://bdmgcultural.mg.gov.br/biblioteca/seres-rios/."