A comunidade de Gesteira/Barra Longa promoveu confraternização em 16/11 para receber a certificação federal reconhecendo essa comunidade como território quilombola.
O documento – anunciado há algumas semanas – foi editado pela Fundação Cultural Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura, como informou a esta FOLHA a professora Simone Silva, uma das que se envolveram na busca da certificação.
Entre as atrações de 16/11, shows de cantores e tocadores, além de encontro de lideranças de movimentos e entidades afins. Organizou-se farta mesa com alimentos tradicionais e ornamentação da quadra com símbolos e objetos de trabalhos dos povos tradicionais antepassados.
Na foto, Simone (com o certificado) entre Lourdes Santos Silva (esq.), Elisângela Evangelista, Francisco Felip Paz e Gustavo Henrique (dir.). Houve apresentações da Folia de Reis das vizinhas localidades de Pedras, Barretos e Campinas e ainda espaço para danças da peneira, do boi e do pilão (esta da Escola Família Agrícola Paulo Freire/Acaiaca).
A festa foi mantida a despeito da notícia da antevéspera de que a Justiça Federal absolveu as mineradoras no processo que apura a responsabilidade pelos danos – inclusive em Gesteira, como em boa parte de Barra Longa – provocados pela lama que se rompeu, em nov/2015, da Barragem de Fundão, em Mariana (leia aqui).
Simone integra comissão dos atingidos pelo desastre de Mariana e disse a esta FOLHA que sua filha Sofya, 9 anos, está com sequelas de intoxicação por conta da passagem da lama em Gesteira: “Ela tem inflamação no cérebro que pode se tornar câncer a qualquer momento.”
Para Simone, a decisão da Justiça foi como uma condenação para as vítimas: “Estou há nove anos pedindo socorro pela minha filha, pela minha família, pela comunidade, e hoje a Justiça toma uma decisão assim. Quem fará justiça pelos nossos agora?”
Ela falou para a Folha de São Paulo e ratificou suas declarações perante a nossa Reportagem
Quilombo de Fátima
Na Casa Ganga Zumba/bairro de Fátima, prosseguem os preparativos para o Sábado Cultural no Quilombo (7/12), a partir das 8h, com Feira de Talentos e Tradições e outras atrações. A mais recente reunião ocorreu em 16/11.
Participaram alunos/alunas da Fupac e do Campus do IFMG, tendo à frente o diretor Luciano Espiridião, ao lado de diretores da Associação Quilombola da Comunidade do Bairro de Fátima e Território. Definiram-se, entre outras, as seguintes atividades para o evento:
– Orientação contra golpes digitais em idosos; contação de histórias afros; pintura corporal; oficinas de tranças, amarração de turbantes, bonecas abayomi, dança e fabricação de sabão com óleo de cozinha; e música ao vivo.
A organização é do Grupo Feira Preta, integrado por representantes das instituições citadas. Na foto, Gustavo Henrique/esq., Pedrinho Catarino, Márcia Messias de Castro e Sandra Vianna (todos da Associação Quilombola) com Luciano Espiridião; e estudantes Míriam Gomes, Íris Lima, Pamella Christie Higino, Thayssa Belmiro, Átila Faria Silva, Ronald Serafim e Vitória Justino (à frente).