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Homenagem póstuma para o jequeriense José Maria Mayrink

 Em 19/7, foi inaugurada a Biblioteca Pública de Jequeri, com homenagem póstuma a José Maria Mayrink. O evento contou com a presença da viúva, Maria José Lembi Ferreira Mayrink, das quatro filhas – Cristina, Mônica, Luciana e Juliana -, um genro e alguns netos.

Segundo Marcos Afonso Silva Cardoso Júnior, da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, “foram doados para a biblioteca mais de 1.200 livros, inclusive os escritos por ele, como ‘Anjos de Barros’, que fala de crianças especiais de Jequeri, da década de 1960. Os visitantes ficaram felizes e surpresos, pois o local ficou encantador. Parabéns a todos os que se empenharam para realizar essa homenagem – tão merecida – ao ilustre jequeriense.”

Coube ao escritor Gilson José de Oliveira apresentar de forma brilhante o homenageado. De seu discurso, retiramos algumas informações, a saber:

“José Maria Mayrink é em si um mergulho na cultura, um banhar-se no acervo de uma biblioteca, uma imersão no rio dos livros e na realidade do mundo, de forma presencial e intensa. Ele foi testemunha de uma época de conflagrações, cerceamentos, visões e resistências. A biblioteca foi sua plataforma para desvendar o mundo conflitante. Com as ferramentas do jornalismo, somou esforços para melhorar o mundo. Cai bem batizar uma biblioteca com o nome de um homem devotado à virtude, à verdade, um digno representante dessa terra de Jequeri.

Aqui, ele nasceu em 26 de julho de 1938, filho do médico, também homem de literatura, José Eduardo Mayrink, e da professora, também mulher ilustrada, dona Maria Augusta Gomes. Era o dia dedicado a Sant’Ana, padroeira da cidade, por ela foi abençoado do primeiro ao derradeiro instante de sua vida.

‘Lutou como um guerreiro. Descansa agora como um anjo. Por toda a sua generosidade, caráter e fé, temos a certeza de que hoje é dia de festa no céu!’, manifestou a filha em nota aos jornais do país.  

José Maria passou os primeiros anos aqui em Jequeri. A forte vivência religiosa muito influiu em sua trajetória: por uma década (1951-1961), José Maria viveu em seminários, examinando a vocação de padre, entre Mariana, Caraça e Petrópolis.

Por um breve período, entre 1961 e 1962, lecionou Latim e Matemática em Ponte Nova, período em que contribuiu também com o Jornal do Povo. Para esse jornal, continuaria enviando crônicas a partir de qualquer ponto do mundo por onde andaria nas décadas seguintes.

Com um livreto de sua autoria na mão, ‘Pastor e Vítima’, decidiu procurar um lugar ao sol em Belo Horizonte, no Diário de Minas, ao mesmo tempo em que cursava o Jornalismo na primeira turma do curso na Universidade Federal de Minas Gerais/UFMG, convivendo com os editores do revolucionário Binômio, estando ao lado de ases do jornalismo mineiro, podendo-se citar Roberto Drummond, Dídimo de Paiva e Guy de Almeida, sem alongar muito a lista.

Concluiu o Jornalismo na Cásper Líbero, já em São Paulo, e se tornou um profissional requisitado nos grandes jornais do país: Jornal do Brasil, O Globo, Revista Veja, Estadão, Diário da Tarde, ocupando postos de chefe de editorias, mas sempre optando pelo que gostava de fazer – ser repórter, estar dentro do furacão dos acontecimentos – ou indo de encontro a realidades de grupos específicos.

O final dos anos 60 e início da década de 70 foram de longo inverno: a ditadura, o AI-5, a censura, a perseguição, os exílios, a tortura, as guerrilhas, os desaparecimentos. E, nesse período desafiador, ganhou o maior prêmio de sua carreira: o Esso de Jornalismo, trabalhando no Jornal da Tarde. Era 1971, e fez uma série de reportagens sobre problemas urbanos da cidade de São Paulo. Nessa mesma época, ganhou os prêmios ‘Imprensa do Governo do Estado’ e ‘Rondon de Reportagem’. 

Viveu seu tempo com intensidade, estando presente nos momentos críticos de modo apaixonado, sem deixar que esse gosto em estar nas cenas mais marcantes da história influísse na sua pena: sabia ser repórter.”

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