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Tensão habitacional

Marcou-se, para as 14h de 26/6, na Câmara Municipal, reunião de representantes do Executivo, do Legislativo, da Conata Engenharia e da Caixa Econômica Federal/CEF.

Nº 1.868 – 20 de Junho de 2025

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Jornalista condena as críticas ao tombamento de imóveis no Centro de Ponte Nova

Dando continuidade à repercussão da recente audiência sobre o tombamento de imóveis no Centro Histórico de Ponte Nova, na qual houve unanimidade nas críticas ao projeto, publicamos – em nossa edição impressa dessa sexta-feira (11/5) – artigo do jornalista pontenovense Marco Túlio Trivellato Garavini, que é guia de turismo radicado no Rio de Janeiro/RJ.

Ele declara que ficou chocado com as opiniões de secretários municipais e considera “um despropósito” o fato de o prefeito Wagner Mol/PSB se referir aos imóveis passíveis de tombamento como um “aglomerado”. A seguir, o seu artigo “Todos contra nossa história”:

“Caros e queridos colegas e leitores desta FOLHA, gostaria de externar e dividir uma dor que me acompanha desde a sexta-feira passada, após ler a manchete desta FOLHA 'Todos contra o tombamento' sobre a segunda audiência pública do processo de tombamento do Centro Histórico de Ponte Nova.

Na tarde/noite anterior, havia participado do ótimo evento de encerramento do “Encontro de Turismo Rural – Descobrindo as potencialidades do circuito turístico Montanhas e Fé”, no Memorial Cotochés, em Abre Campo, muito bem organizado e executado pelo Senar, com o apoio do Sindicato Rural de Ponte Nova.

Foi uma ducha de água fria! Ao terminar a leitura da matéria na seção de Política/Cidade, na página 3, estava chocado pelas opiniões de secretários municipais de pastas sensíveis ao tema, como Recursos Humanos, Cultura, Turismo, chegando ao despropósito de o prefeito municipal se referir aos imóveis passíveis de tombamento como “aglomerado”, desconsiderando completamente nossa história e mostrando total desconhecimento e uma míope visão estratégica do potencial turístico de nossa cidade.

Ciente dos embates e vaidades políticas, como pontenovense e interessado neste potencial, gostaria de chamar a atenção para as possibilidades que este 'aglomerado' pode representar. Ali, temos, na Cantídio Drumond, a casa em que viveram os internacionalmente conhecidos músicos e irmãos João Bosco Mucci e Tunai; mais à frente, na região do Pito, a casa onde morou o craque Reinaldo; as sedes dos clubes Pontenovense e Primeiro de Maio e outras edificações não menos importantes historicamente. Já imaginaram subir a Benedito Valadares e quase no topo não mais avistar o lindo solar dos Brant, ou o sobrado do doutor Zeto Pinto Coelho, ou mesmo todo o antigo casario dos séculos XIX e XX da Caetano Marinho?

Já diziam os sábios que um povo sem história é um povo fadado ao fracasso, e sem identidade não somos ninguém nesse mundo globalizado. Basta de assassinatos da nossa memória, como foi a destruição da casa do Barão do Pontal.

Precisamos desapegar do nosso próprio umbigo egoísta do agora e pensar numa dimensão histórica do tempo, definidora de nossa identidade local, os pontenovenses, cidadãos nascidos do cruzamento de vários povos e culturas, que se misturaram e formaram o que somos através das construções urbanas e rurais, da música, do futebol, da política, dos pratos, dos doces, das cachaças, do açúcar, do café, dos armarinhos, da suinocultura, enfim bens materiais e imateriais. Receitas de índios, portugueses, italianos, africanos e libaneses que nos formaram.

Ao final do encerramento do evento em Abre Campo, fiz questão de parabenizar o prefeito de Raul Soares – único presente dos 14 municípios que compõem o circuito Montanhas e Fé. Empolgado com o fluxo de turistas à sua cidade, confessou a todos os presentes estar impressionado com a divulgação do nome de Raul Soares através do empreendimento privado Minas Beach, maior parque aquático de Minas. Uma visão mais ampla e diferente do turismo daqueles todos contra o tombamento!”

 

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