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Luciano Sheikk e suas andanças pela literatura e as pesquisas

O escritor Luciano Sheikk é membro fundador da Academia de Letras, Ciências e Artes de Ponte Nova/Alepon e funcionário da Caixa Econômica Federal. Já lançou 10 obras literárias (quatro de poesias, duas para o público infantil, um romance e três de pesquisas). Com diversos projetos literários em andamento e aguardando editais ou patrocínios, destacamos: “Mário Clímaco, o Guardião da História e da Literatura” e “Ideias de um Camafeu Rústico: Crônicas de Deolinda Cardoso” (esta em parceria com Regina Roxo da Motta). Muitas outras pesquisas continuam e devem culminar em outros projetos de edição em livros. Mesmo em férias, Luciano Sheikk reserva um tempo para a literatura e as pesquisas, o que faz há 6 anos ininterruptamente e sem patrocínios. Luciano Sheikk é verbete do Dicionário Bibliográfico de Escritores Mineiros, organizado pela doutora em literatura Constância Lima Duarte/Editora Autêntica.

O escritor acaba de lançar no Youtube o “TV Poema”, onde se propõe a declamar poemas e conversar um pouco sobre os mesmos. Suas obras estão disponíveis nas livrarias de Ponte Nova (inclusive na Banca de Jornais e Revistas de Palmeiras) e na livraria virtual da UFV, com entrega para todo o território nacional: ww.editoraufv.com.br.

As escolas que se interessarem podem entrar em contato com Sheikk. Confira, a seguir, a entrevista dele a Ademar Figueiredo, da coluna Arte & Cultura, publicada em nossa edição impressa dessa sexta-feira (25/1).

Ademar  – Como os seus livros – “A História da Literatura em Ponte Nova 2” e “O Poeta, o Tradutor e o Crítico” chegaram às mãos do chanceler Celso Amorim?

Sheikk – Foi através do confrade Gilson José de Oliveira, que participaria de um encontro em BH, onde o chanceler estaria. Mas só foi possível no Encontro em Defesa da Democracia, em São Paulo. A motivação maior é a obra em si, que tem caráter internacional e uma produção literária que aborda momentos históricos brasileiros com textos produzidos pelo poeta, tradutor e crítico Ivo Barroso,  no calor dos acontecimentos à época em que a democracia fora constantemente abalada por interesses estrangeiros à pátria.

Ademar  – Como tem sido o retorno da obra “O Poeta, o Tradutor e o Crítico”?

Sheikk – Neste momento, duas extremidades me chamam a atenção pelo gostar da obra.  Leitores tanto iniciantes e jovens quanto os já mais vivenciados e qualificados têm-nos enviado mensagens, correspondências e resenhas. No primeiro grupo, destaco o trabalho fecundo feito pela Escola Dr. José Mariano [Palmeiras/Ponte Nova] com alunos entre 10 e 12 anos. Extremamente criativo o método utilizado. As crianças ficaram interessadíssimas, e o projeto culminou com dois momentos: a minha ida à Escola e a conversa com os alunos; e depois enviaram uma correspondência ao biografado (Ivo Barroso), que lhes respondeu com outra carta a partir do Rio de Janeiro, onde vive. Tudo à moda antiga: manuscrito e pelos Correios. No outro grupo, entre cartas e resenhas, destaco a mais recente: veio do escritor e pintor Waldemar José Solha, de João Pessoa/PB, que publicou significativa apreciação na rede social, da qual extraio: “O Poeta, o Tradutor e o Crítico é uma empolgante homenagem ao… poeta, crítico… e tradutor Ivo Barroso. Você realmente vai flagrar a genialidade do Ivo quando ela acabava de sair do forno. Esse resgate da produção literária e jornalística de Ivo Barroso nos jornais de Ponte Nova merece voos maiores, pelo que ele representa e pelo valor histórico e cultural dos textos. Ele mesmo já disse que o melhor que já escreveu foi o que se publicou na Tribuna da Mata, Jornal do Povo e Gazeta da Mata, jornais ponte-novenses que circulavam na década de 1950.”

Ademar  – Apresente Ivo Barroso aos leitores da coluna.

Sheikk – Assim escreveu Waldemar Solha: “Se você não conhece todos ou alguns dos poemas do Ivo – que são notáveis -, por certo já leu – traduzidos por ele – alguma obra de Rimbaud, Eliot, Breton, Gide, Strindberg, Ítalo Calvino, Svevo, Jane Austen, Yourcenar, NikosKazantizacs, Romain Rolland, façanha que inclui obras como ‘Demian’ e ‘O Lobo da Estepe’, de Herman Hesse, ‘O Pêndulo de Foucault’, de Umberto Eco, ‘Vida, Modo de Usar’, de Georges Perec, ‘A Condição Humana’, de Malraux, ou os sonetos de Shakespeare.” De sua autoria são 9 livros publicados. Foi assistente de editor das enciclopédias Delta-Larousse, Mirador e Século XX; editor- adjunto do Suplemento Literário do Jornal do Brasil e das revistas Senhor e Poesia Sempre (da Biblioteca Nacional); e editor da revista Seleções do Reader´s Digest em Portugal. Ganhou três vezes o Prêmio Jabuti de Tradução, da Câmara Brasileira do Livro. E ainda recebeu o Prêmio Paulo Rónai, da Biblioteca Nacional, e o Prêmio de Tradução da Academia Brasileira de Letras/ABL.»

Ademar  – Você acaba de lançar a 4ª edição do livro “Jovens para Sempre”. Fale um pouco sobre a trajetória desta obra.

Sheikk – Lançado em 2003, “Jovens para Sempre” foi lido em algumas escolas em Minas Gerais, especialmente Belo Horizonte, Ponte Nova e Viçosa. Foi indicado para leitura em vestibular de faculdade em Ponte Nova e adaptado ao teatro por Emerson de Paula e Hailton Karran. Foi objeto de debate e apresentação na Universidade Federal de Viçosa em trabalho social juntamente a alunos com dificuldades de adaptação e junto ao DCE Cultural. Leitores de diversas partes do Brasil também já o apreciaram. Fiquei surpreso com o fato de que sua destinação seria o público universitário, mas se ampliou, e muitos são os que desejam ingressar nas faculdades e os que já passaram pelo ensino superior que por ele se interessaram. Pais de adolescentes também acharam importante a leitura juntamente com seus filhos. Enfim, o público é diverso.

Ademar  – O livro é ambientado nos anos 1980 e sua primeira edição foi em 2003. Que paralelo podemos traçar com o ambiente político atual.

Sheikk – Comecei a escrever o livro em uma longa greve dos servidores e professores das universidades federais brasileiras, em 1986, quando era estudante na UFV, cenário principal da trama. Confesso que achava que a obra teria o seu valor restrito a um registro de um tempo pouco retratado na literatura e muito bem abordado pela música brasileira. E não é que a história brasileira atual nos traz de volta o valor da obra enquanto contemporânea novamente? A matriz histórica brasileira infelizmente se repete. Estamos essencialmente em dilemas muito parecidos com os da década de 1980, que foi uma consequência de 1964. O medo, o desejo de mudança lutando com a apatia, o uso da força, a exclusão social, a qualidade do ensino, a universidade pública, desvirtuamento de informações e o desemprego parecem pontos comuns às duas épocas. O que difere é que talvez estejamos vivendo o último momento em que os jovens poderão ser protagonistas na história do Brasil, pois a curva demográfica nos aponta que em breve não mais deverão ser a maioria da população. Mais um motivo para carregarmos em nossos espíritos os ideais da juventude.

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