Fruto de parceria multidisciplinar, o Sábado Cultural no Quilombo movimentou, na manhã desse sábado (7/12), a sede do Grupo Afro Ganga Zumba/GAGZ, no bairro de Fátima, com eclética programação incluindo o Grupo de Cantoria do GAGZ. Ao final, concorrido almoço de confraternização.

Aberto com o anúncio da Feira de Talentos e Tradições, o evento ficou a cargo do Grupo Feira Preta – integrado por representantes da Associação Quilombola da Comunidade/AQC, professores e estudantes da Fupac e do Campus/PN do IFMG, que ainda contou com representantes da Reitoria Estadual.
Exaltação quilombola
Entre os parceiros, destaque para a Associação Quilombola de Gesteira/Barra Longa e o Grupo de Capoeira Senzala, mantido pela Associação Desportiva Cultural e Artística de Capoeira e Cidadania Integrada Arte e Ancestralidade. Na parte musical, espaço para Arthur Vinih e Cibelly Limma.
Presidente da AQC, Pedrinho Catarino destacou o sucesso como uma bem organizada integração comunitária e cultural favorecendo um ambiente de exaltação quilombola. “É sempre um prazer participar dos eventos neste espaço tão importante para a resistência contra o racismo e em busca da inclusão e da justiça social e racial”, resumiu Arthur Vinih.

Fala dos professores
A Reitoria do IFMG enviou as professoras Mônica Barros e Marie Tavares, ambas integrantes do Movimento IF Negro e do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (presidido por Mônica). Perante esta FOLHA, Mônica defende interlocução permanente entre a escola e as comunidades tradicionais.
Mônica concluiu: “Sobretudo hoje, quando a gente fala tanto em sustentabilidade, em questões climáticas, é essa comunidade, é o povo quilombola, assim como as comunidades indígenas, que vão nos ensinar a nos reencontrar com a natureza. Então é uma alegria muito grande, é uma honra muito grande ter sido recebido nessa comunidade quilombola.”
‘é o povo quilombola, assim como as comunidades indígenas, que vão nos ensinar a nos reencontrar com a natureza’
Um dos professores do IFMG/PN no evento, Edson Sena salientou: “O meio acadêmico tem a obrigação de valorizar as comunidades e a cultura local, a história do povo negro. E a gente foi muito bem recebida aqui para ajudar na organização do evento, de forma a marcar esta data tão importante para o povo preto.”
Opinião de estudantes
A estudante Tamires Elias Rosa enfatizou: “A experiência é engrandecedora. A gente trouxe o IF para fora dos muros e estamos ao lado dos quilombolas na celebração da cultura negra.” Ronald de Paula Serafim, também estudante, concorda e acrescenta: “A gente trouxe nosso trabalho para cá, tendo a adesão das pessoas do bairro e do quilombo de Fátima.”

Já a estudante Íris Gonçalves de Lima se disse tomada “por um sentimento inexplicável, de conquista para todos nós, negros”. Sua colega Vitória Justino de Souza exaltou o projeto do IF, pretendendo promover a cultura e o afroempreendedorismo, numa proposta “que teve dimensão muito maior do que a gente esperava”.
De fato, a manhã foi marcada por muitas atrações, incluindo estas: contação de histórias; dança; pintura corporal; tranças afro e amarração de turbantes; fabricação de sabão e bonecas abayomi; e orientação sobre educação financeira e contra golpes digitais (principalmente direcionados a idosos).
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