O psicólogo e educador Luiz Carlos Itaborahy (foto), pontenovense radicado em Belo Horizonte, deu seu depoimento em função da proximidade do Dia do Orgulho LGBTQIA+ (neste domingo, 28/6), num registro de Ademar Figueiredo, da coluna Arte & Cultura, desta FOLHA. Leia neste site o texto do pedagogo Marcelo Mayrink. Este é o texto de Luiz Carlos:
“Em 28 de junho, é comemorado o Dia do Orgulho LGBT. Orgulho quer dizer dignidade, amor-próprio, honradez, envaidecimento. Sentir-se orgulhoso por si mesmo significa introjetar um significado positivo do que se é, do que se faz, do que se promove ou do que se constrói.
A homossexualidade em nossa sociedade conservadora sempre teve o aspecto discriminatório e condenável. Esta posição comprometeu e continua comprometendo o bem-estar e a autoaceitação, levando um contingente imenso de pessoas a se camuflarem, esconderem a sua orientação sexual para não serem rejeitadas, discriminadas ou agredidas.
Torna-se difícil falar em “orgulho gay” diante de seres humanos que, em verdade, não encontram motivos para se sentirem orgulhosos de si. O sofrimento causado pela discriminação, violência e rejeição é mais forte que a possibilidade de sentir algum tipo de orgulho.
A discriminação está nas escolas, nas igrejas, nas famílias, nas ruas. No Brasil, a homofobia é considerada crime, mas atos criminosos contra a comunidade gay permanecem. Ainda há necessidade de ações governamentais que delineiem políticas públicas e ações de enfrentamento da homofobia de modo verdadeiramente efetivo.
Considerando 20 ou 30 anos atrás, o homossexual é mais aceito atualmente. Aceitação que passou e passa por um processo histórico de reconhecimento de cada sujeito como importante, independentemente de sua condição sexual, em contraposição a um contingente significativo da população preconceituosa, portador de ódio ao que não lhe é igual.
O amor-próprio deveria ser um princípio para autopromoção, liberdade de expressão, busca de identidade e valorização dos próprios desejos. A luta de movimentos LGBT para que a sexualidade não seja motivo de vergonha, mas, sim, de orgulho, depende da mudança no modo de a população, em geral, enxergar o ser humano, seja ele quem for, em sua diversidade e dignidade.”