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Polêmica: Bloco Bilisquete sai da rua e anuncia festa no Parque de Exposições

A festa anual do Bloco Folclore do Bilisquete de 2018, prevista para 3/2/2018, a partir das 16h, ocorrerá no Parque de Exposições de Ponte Nova, com cobrança de ingresso, deixando o espaço público anexo à praça de Palmeiras utilizado na folia de 2017.

Com a mudança, anunciada nesta semana na página do evento pelas redes sociais e com o slogan “Somos todos iguais”, várias pessoas protestaram via Facebook.

Silas Muller criou o evento “Barrados do Bilisquete”. À Reportagem desta FOLHA, ele explicou que “o evento foi criado como nota de repúdio, e não tem a intenção de reunião física, apenas uma manifestação on-line demonstrando nossa surpresa ao saber que o evento que sempre foi aberto ao público seria cobrado”.

Um internauta ironizou: "Isso, porque no começo do ano o organizador [Felipe Polesca] falou que 'sabia fazer cultura', ao discursar na Palavra Livre da Câmara. Agora vejo que, além de 'cultura', ele sabe fazer mesmo é dinheiro no bolso dele. Será que estão honrando mesmo o Bilisquete? Ou estão só aproveitando o nome mesmo!"

Nota de Felipe Mucci

Um dos organizadores, Felipe Mucci divulgou nota na noite de 19/12 com o seguinte teor:

“A organização do Bloco Folclore do Bilisquete vem, através da presente nota, falar um pouco sobre o Bloco e também sobre a sua próxima edição, a ser realizada no dia 3 de fevereiro de 2018, no Parque de Exposições de Ponte Nova.

O Bloco Folclore do Bilisquete é uma criação de dois amigos [ele e Felipe Polesca], que possuíam o sonho e a intenção de levar alegria e boa música no período pré-carnavalesco para Ponte Nova. Com o passar dos anos, o evento foi crescendo e levou cada vez mais pessoas às ruas da cidade [as concentrações iniciais eram na rua José Vieira Martins, em Palmeiras].

Importante ressaltar que o Bloco Folclore do Bilisquete é uma iniciativa particular desses dois amigos, ou seja, não é um evento organizado pela Prefeitura, e, sendo assim, os custos não são de responsabilidade do Município. Alguém tem que pagar pelos custos, e estes não são poucos. Destaque-se que sempre houve apoio da classe empresarial e também apoio do Poder Público, e somos profundamente gratos por isso.

Ocorre que nas últimas edições o evento tomou grande proporção, o que tornou necessário uma maior estrutura e um maior investimento, principalmente no que diz respeito à higiene e segurança, que são pontos primordiais para a boa realização do evento e, de certa forma, deixaram a desejar nos últimos anos de realização do Bilisquete.

A ideia da organização era custear a estrutura necessária com a venda das camisas do Bloco. Não deu! Apesar de terem sido gastos dias e dias de trabalho para fazer uma camisa com uma mensagem bacana e a um preço justo, na última edição não foram vendidas nem 200 camisas, para uma estimativa de público de cerca de 6 mil pessoas. Nem 4% do público! Essa situação vem-se repetindo ao longo dos anos, levando o Bloco a acumular prejuízo.

Você já comprou uma camisa do Bloco? Muito obrigado! Você entendeu a nossa proposta inicial e representa uma pequena parcela do público que literalmente vestiu a nossa camisa.

Agradecemos também àqueles que reconhecem a nossa caminhada, nos apoiam e entendem que não é nada fácil tocar um projeto como o do Bloco. Fica o nosso muito obrigado!

Seguimos trabalhando em paz, com a mesma intenção de sempre: levar alegria e boa música no pré-Carnaval de Ponte Nova. Vai ter marchinha, vai ter Imaculada, vai ter axé, vai ter MPB e vai ter bateria!

Somos todos iguais, sim! Somos iguais, pois o esqueleto que nos sustenta é o mesmo, as nossas diferenças não podem gerar intolerância de qualquer espécie e sobrepor-se à nossa igualdade enquanto seres humanos! É essa a mensagem que o Bloco do Bilisquete quer passar!”

Nota de Felipe Polesca

“Você acha certo cobrar pelo Bloco Bilisquete? Abro meu Facebook e me deparo com esta pergunta.  Logo lembrei de mim, em cima do palco, tentando e implorando para vender camisas do Bloco para fechar as contas e não sair no prejuízo. Lembrei também do ano que estava marcando chuva e em menos de 24 horas o desfile do Bloco tivemos que alugar uma tenda no valor de R$ 4 mil e, durante a festa, enquanto todo mundo curtia, eu e o outro organizador saímos mendigando dinheiro em uma caixinha para pagar pelo menos parte da tenda.
Agora voltando ao assunto do que é certo. Eu não acho certo termos os piores serviços públicos. Eu não acho certo termos os políticos mais corruptos. Eu não acho certo termos um dos piores sistemas de saúde, eu não acho certo termos uma péssima educação. Coisas que são direitos dos brasileiros.

Agora um bloco de Carnaval criado por dois amigos que por 6 anos conseguiu permanecer na rua, sem cobrar nada. E não exigiu nada, apenas pediu para os que podiam comprar a camisa para arcar com as contas do bloco e agora por diversas razões, principalmente estruturais de higiene, segurança e capacidade da rua, que não comporta mais. As pessoas estão chamando os organizadores de aproveitadores, mercenários, oportunistas sem saber de nada. Isso não é certo.
Muitos estão falando também do Bilisquete, que era uma pessoa muito querida e não merecia isso! Não merecia o quê? Ter dois pontenovenses que, ao criarem o Bloco de coração colocaram o nome dele para que fique não lembrança de todos. Vocês sabiam que Bilisquete passou os últimos anos de sua vida no Asilo? Por que não foram lá ajudá-lo?
Por seis anos conseguimos manter o evento em Palmeiras. Agora, depois de muito amadurecimento e planejamento, vimos que não é mais possível.

Eu concordo que algumas coisas mudam e para continuar com o Bloco tivemos que dar o próximo e agora estamos com o objetivo de fazer do Bloco Folclore do Bilisquete um evento de nível nacional.
Se quiserem buscar justiça, corram atrás dos seus direitos, e o Bloco Folclore do Bilisquete não tem nada a ver com isso, pois é apenas uma linda festa criada por dois amigos que amam Ponte Nova.”

Mais comentários

Vários comentários surgiram nas redes sociais. Diversos internautas concordaram com a mudança. “Que texto lindo! Muito maduro!”, disse uma cidadã, concordando com os esclarecimentos. “Só achava que seria sempre um bloco de rua, como muitas cidades têm… Mas, como não é assim, fazer o quê? Continuo achando que na Exposição é péssimo”, disse outra. 

Uma terceira questionou: “Onde fica o 'somos todos iguais', se tem até pista e camarote?”, inquiriu ela, enquanto outra debatedora desejou “sucesso ao Bloco do Bilisquete. Estaremos lá e vestindo a camisa, como sempre fizemos.”

“Podem até falar que é para a segurança da população, então terão que colocar mais ou menos 50 seguranças ao redor do Parque de Exposições e, mesmo assim, se tiver que acontecer algo, vai acontecer. Acho que os organizadores deveriam se juntar com as autoridades da cidade e planejar uma segurança melhor é deixar o bloco ser na rua”, postou outro cidadão.

 

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