Representantes de diversos segmentos culturais abriram debate público na noite de 17/1, na sede do grupo de teatro Viver com Arte, no bairro Triângulo, sobre a decisão do prefeito Wagner Mol/PSB de anexar, à Secretaria Municipal de Educação, gerências das pastas de Esporte e Cultura/Turismo. Eles manifestaram preocupação quanto ao futuro do cenário cultural pontenovense, pois, no entender deles, a Secretaria Municipal de Educação já possui imensa demanda de trabalho, o que deixaria a Cultura à margem de uma Secretaria maior.
Coordenada por Marcelo Felício e Guilherme Belmiro, ambos do portal Cultura Coletiva, a reunião contou com presença de: vereadores Hermano Luiz/PT e Aninha de Fizica/PSB; dirigentes do Grupo Afro Ganga Zumba; Benditas – Coletivo Feminista; Academia de Letras, Ciências e Artes de PN/Alepon; Grupo Viver com Arte; Instituto Marragol; Bloco Carnavalesco Prapirá; integrantes da Pastoral da Juventude e do Conselho de Patrimônio Cultural e Natural; e convidados, entre eles o artista plástico Antônio Inácio (Boneca).
Hermano disse que ele e os demais vereadores estão na expectativa de convocação do prefeito para reunião extraordinária na Câmara, para discutir e votar a reforma administrativa. “Esperamos, mas ainda não fomos convocados”, assinalou o vereador, que vê “contradição” no procedimento municipal, já que a área de cultura foi desmembrada da Secretaria Municipal de Educação justamente num Governo do PSB. Ele se referia à criação da Secretaria na gestão de Taquinho Linhares (2005/2008).
Vários dos depoentes salientaram que não compreendem a argumentação de Wagner em torno de “economia”, já que os gastos da SEMCT ocupam percentual mínimo do montante gasto pelo Executivo. Questionou-se também a viabilidade da gestão “gerenciada” da área cultural, por falta de informações sobre a autonomia do dirigente. “O que poderia ser concluído em apenas uma reunião do setor, por exemplo, a partir de agora vai demorar muito mais, porque terá que passar pelo gerente, que não poderá resolver nada, para depois ter um parecer do secretário de Educação”, argumentou Boneca. Para Hermano, haveria “burocratização do serviço”. Também mencionou-se “o excesso de serviço” sob responsabilidade de Daniel Delvaux, dirigente da Semed. “A política de educação já exige muito do secretário. A pasta tem o maior número de funcionários [na estrutura municipal], sem contar a área de esportes, que não é o foco, mas não deve ser desconsiderada. Eu vejo essa junção como má prestação de serviço à comunidade”, argumentou Hermano.
Aninha de Fizica propôs, em curto prazo, reunião com os demais vereadores para que todos tomem conhecimento da proposta administrativa antes de sua votação. Segundo ela, a proposta ainda não foi enviada à Câmara. “Acho, ainda, que a reunião deva ter algum representante da Prefeitura, para que todas as partes sejam ouvidas”, disse ela. A vereadora informou que acertará com o presidente do Legislativo, Leo Moreira/ PSB, a data para este encontro, inicialmente proposto – pelo grupo ali reunido – para a próxima quarta-feira (25/1), às 19h30, nas dependências da Câmara. Note-se que já está agendada para 2/2 a presença de Luiz Gustavo na Tribuna Livre do Legislativo. Ele argumentará sobre o ofício enviado à Casa (leia na edição impressa deste 19/1). “Mas eu acho que, antes deste discurso na Câmara, os vereadores precisam reunir-se com outros representantes culturais”, arrematou Aninha.