
Em julho de 2024, falamos na coluna Arte & Cultura sobre a participação do artista plástico e poeta de Oratórios Generino Abidon Oliveira (foto), no projeto em que ele pintou 9 painéis figurativos em muros da cidade. Agora, ele convida para a exposição individual “Rios que contam histórias”, de 28 a 30/5, a partir das 9h, na Casa de Cultura de Oratórios: na rua Armando de Freitas, nº 403.
Mais conhecido como Gene Poeta, é uma pessoa simples, nascida e criada em Oratórios, que encontrou na arte uma forma de se expressar e de se conectar com o mundo. Ele nos disse:
“Tenho uma paixão enorme por pintar paisagens em tela, especialmente aquelas que retratam a natureza, que tanto me inspiram. Para enriquecer esta exposição, fiz algumas pesquisas conversando com moradores mais antigos da cidade, os quais têm bom conhecimento da nossa história.”
Confira o bate-papo dele com a coluna Arte & Cultura:
Como você começou na pintura?
Gene – Desde pequeno, sempre gostei de fazer desenhos, sempre amei as aulas de arte na época da escola. Quando a professora nos deixava desenhar livremente, era maravilhoso. Com o tempo, senti vontade de colocar aquelas imagens no papel e depois na tela. No começo, era só por prazer, uma forma de me distrair e de me sentir mais próximo daquilo que eu amava fazer. Mas, com o tempo, a pintura foi ganhando um espaço importante na minha vida, tornando-se uma forma de expressar meus sentimentos e de me comunicar.
Qual a mensagem você gosta de passar com a sua arte?
Gene – Minha arte é um convite para que as pessoas desacelerem e enxerguem a beleza nas coisas simples. Quando pinto uma paisagem ou escrevo um verso, é como se eu estivesse semeando um pouco de paz e esperança no coração de quem me acompanha. Quero que cada tela e cada poesia sejam um sopro suave, que desperte memórias, emoções e essa conexão profunda que temos com a natureza e com a essência da vida.
Como aconteceu a ideia da exposição “Rios que contam histórias”?
Gene – A ideia da exposição “Rios que contam histórias” nasceu da minha própria vivência aqui em Oratórios, onde os rios sempre foram mais do que apenas água correndo: eles são como testemunhas silenciosas da vida que passa. Sempre que eu olhava para um rio, sentia que ele carregava lembranças, sonhos, alegrias e até saudades das pessoas que viveram e ainda vivem aqui. Isso sem contar o fato de que é onde se origina o nome da nossa cidade. Então, quis transformar essa sensação em arte, criando telas e poesias que dessem voz a essas águas e às histórias que elas guardam. É uma forma de mostrar que cada paisagem tem memória, cada corrente tem um conto para nos dizer e que nós também fazemos parte desse fluxo.
Fale um pouco sobre Generino Poeta
Gene – Generino, o Poeta, nasceu do chão simples de Oratórios, onde desde menino conheceu a lida dura nas lavouras de café e no corte da cana. Mas foi do suor e da esperança que brotaram meus versos – sementes que florescem em poesia. Em minhas palavras, expresso o amor, a natureza e a beleza escondida na simplicidade e no sentimento. Gosto de ser a voz que transforma a luta em arte e o instante vivido em eternidade.
Como você concilia a pintura e a poesia?
Gene – Para mim, a pintura e a poesia andam juntas. Muitas vezes, uma paisagem que eu começo a pintar desperta sentimentos e lembranças que acabam virando versos. E o contrário também acontece. Eu vejo as duas artes como complementares – a poesia fala com a alma e a pintura com os olhos, mas ambas nascem da mesma emoção. Então, conciliar as duas é algo que acontece de forma muito natural no meu dia a dia.
Quais seus planos para o futuro?
Gene – Meus planos para o futuro são simples, mas cheios de significado: quero continuar pintando, escrevendo e levando minha arte para mais pessoas. Pretendo realizar novas exposições, se a oportunidade me rodear novamente, e escrever mais poesias. Também tenho o desejo de inspirar outros artistas da minha região, mostrando que, mesmo vindo de uma vida simples e de muito trabalho, é possível transformar sentimentos e histórias em arte. Quero seguir deixando minha marca, como quem planta sementes que ainda vão florescer no coração de quem me acompanha.