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Ilustradora de nossa região presente na Bienal do Livro RJ 2025

Na Bienal do Livro, haverá lançamento da obra “Uma vida bordada em palavras”, ilustrada por Luísa Viveiros, artista radicada em Ponte Nova.
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‘Efeito arco-íris’

Uma avaliação equidistante do “temporal” que se abateu sobre a nação em datas recentes carece de tempo para avaliar o que de fato se passou nos bastidores dos gabinetes de Brasília e nos escritórios dos que dão aval para a cena vista ontem, 12/5.
 
Discutia-se na mídia nacional ainda sobre o efeito da decisão da maioria do Senado Federal em acatar a admissibilidade do impedimento da presidente Dilma Rousseff/PT – com seu afastamento e posse do vice Michel Temer/PMDB – e a respeito do modelo de governo que esperam os brasileiros.
 
Mais que isso: como se encaminhará a apuração dos escândalos de corrupção (à esquerda, à direita  e ao centro), este grave fator de desestabilização do nosso sistema político, com efeito dominó na economia e nas relações da sociedade.
 
No plano geral, Temer acena com rigoroso limite nos gastos e uma reforma fiscal, entre outros sinais imediatos de atuação da conservadora articulação que derrubou Dilma no xadrez jogado para “expurgar” o PT do poder. Recente documento do PMDB menciona “avaliação detalhada” nos programas, incluindo os da área social. Apesar de garantir que programas como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida serão mantidos, não se descartam cortes nesses orçamentos.
 
Pretende-se avançar noutras reformas. Na área trabalhista, a intenção é apoiar terceirizações até mesmo da atividade-fim das empresas e também mudar a legislação trabalhista, permitindo que acordos coletivos de trabalho se sobreponham à legislação em determinados casos. Na Previdência, cita-se a instituição de idade mínima para aposentadorias e a desvinculação do aumento dos benefícios mais básicos do fator do salário mínimo.
 
Na economia, vem aí uma densa política de privatização, de revisão de subsídios, entre eles, o uso do FGTS para financiar o “Minha Casa, Minha Vida”.  Na área da educação, o Pronatec se tornaria mais “seletivo”, e o Fundo de Financiamento Estudantil teria regras mais rígidas. O SUS também teria sua reforma. O combate à desigualdade social será mantido, mas concentrando-se nos 10% mais pobres, que vivem com menos de US$ 1 dólar por dia.
 
De imediato, dá até para fazer humor com as expectativas: alguém declarou nesta semana que os “vitoriosos” sonham com o “efeito arco-íris”, o qual viria com a bonança pós-tempestade. Como diziam antigos moradores de Ponte Nova, o risco maior, no entanto, é de que, passada a tempestade, venha a enchente.
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