Em meio à turbulência da crise pela qual o país passa, eis que chega a maior festa do povo: o Carnaval. Os eventos em todos os cantos do país podem ser considerados como “via de escape” para a maioria da população, que, bem se percebe, não tem motivos para viver na alegria.
O fato é que a festa carnavalesca “ofusca” a tristeza e conclama todos à folia, pois, afinal, ninguém é de ferro e pode-se recorrer à alegria como expectativa de dias melhores. Some-se a isso o fato de a festa constituir fator de emprego e renda, estimulando o turismo e o consumo em geral.
“Em fevereiro, em fevereiro, tem Carnaval”, como registra trecho de consagrada música. A constatação transporta o inconsciente coletivo e tem a mágica de “transformar” a rotina de quem, em meio à folia, “não tem a vergonha de ser feliz”, como se canta noutra canção popular.
Prevalece ainda a crescente conscientização anexa à folia, que vai da campanha generalizada das autoridades de Saúde com indicativos de prevenção de doenças e de valorização da “folia saudável”, até o oportuno estímulo da denúncia contra o assédio contra as mulheres.
Mas, e em Ponte Nova e região, como está o clima para o Carnaval de 2018? Neste Jornal, divulgamos ao longo de dezembro e janeiro – também em nosso site – a programação de algumas cidades do Vale do Piranga. Ênfase para a inédita reunião de dirigentes do Corpo de Bombeiros com os carnavalescos, atualizando orientações bastante oportunas.
Destacamos a agenda da cidade de Rio Doce, onde se organizou e montou estrutura para receber, em cinco dias, shows gratuitos e cobrança de ingresso para quem pretender acompanhar a evolução dos blocos.
Em Ponte Nova, manteve-se o anticlímax, com a programação oficial saindo somente na quinta-feira passada, 1o/2 (leia na página 3 da edição impressa). Sobressaíram as agendas pré-carnavalescas, com grande adesão do público.
Ao lançar a agenda de Carnaval de Ponte Nova, o secretário interino de Cultura e Turismo, Daniel Delvaux, fez a seguinte avaliação: “Vivemos um momento bom para a cidade resgatar os bons carnavais e, assim, resgatar o atrativo de manter a população na cidade nos dias de Carnaval.”
Vamos aguardar estes resultados nos próximos anos. Ponderemos, contudo, que o resgate passa pela consistente agenda organizadora anual, sem a qual a programação ficará, ano após ano, com um jeito de quem espera pela gestão profissional da folia.