― Publicidade ―

Relação dos classificados na etapa raulsoarense dos Jogos Escolares

Com o encerramento da Etapa Microrregional/Raul Soares dos Jogos Escolares, publicamos a relação de todos os classificados para a próxima fase.

FOLHA na WEB

InícioEDITORIALA corrupção nossa de cada dia

A corrupção nossa de cada dia

Na edição de 20/5, a Folha de São Paulo trouxe artigo da jornalista Érica Fraga sobre “a anatomia da corrupção”. Segundo ela, medir o tamanho da corrupção – desvio de recursos públicos para ganhos privados – é difícil por motivo simples: vêm à tona só os casos que deram errado.
 
O que explicaria o discurso formal de maior intolerância em relação a atos desonestos? A jornalista pergunta e recorre a estudiosos, segundo os quais, no caso brasileiro, parece haver uma ambivalência grande entre as crenças declaradas pela sociedade e a forma como ela age e tolera práticas corruptas.
 
Ela cita o economista Marcos Lisboa/presidente do Insper: “Onde o privilégio discricionário é aceitável, o desvio e a corrupção são consequências naturais.” Isso justificaria, a nosso ver, atos de sonegação de impostos ou de gozo de benefícios indevidos, passando por cobrança de propina (e votos) por agentes públicos, falsificação de documentos e até recurso contra multas (do trânsito ao crime ambiental).
 
“A desonestidade desafia a lógica de pesar o custo (possível punição) e o benefício da infração (lucro ou vantagem). O que mais conta na transgressão é a racionalização que as pessoas fazem de sua própria imagem, mantendo a aparência de honestidade”, ressalta a articulista.
 
A jornalista refere-se ainda a estudo da Fundação Getúlio Vargas concluindo que, via de regra, “a ideologia pode cegar as pessoas a ponto de elas aceitarem a corrupção”. A conclusão – ponderamos – vale para brasileiros à esquerda, ao centro e à direita, muito embora a ideologia dê lugar aos interesses de grupo entre conservadores e ocupantes da máquina pública.
 
A saída? “Como não dá para depender apenas da punição via voto – que nem sempre ocorre em casos de maior informação sobre os candidatos -, é fundamental fortalecer os órgãos de controle, avançar na transparência dos atos públicos”, assinala a jornalista.
 
Por fim, chamou a nossa atenção a referência de Érica Fraga a estudo dos economistas Cláudio Ferraz/PUC-Rio e Frederico Finan/Universidade da Califórnia-EUA analisando insucessos de reeleição de políticos com suas contas flagradas pela Corregedoria Geral da União: verificou-se que os eleitores bem informados tendem a punir políticos corruptos, “principalmente em municípios com presença de veículos de mídia independentes”.
error: Conteúdo Protegido