A temática do enfrentamento da corrupção é uma pauta prioritária em todo o país. Neste sentido, é significativo registrar que a Justiça afastou, nessa quarta-feira (20/7), os oito servidores (nomes não divulgados) da Universidade Federal de Viçosa/UFV investigados pelo Núcleo de Repressão a Crimes de Desvio de Recursos Públicos da Polícia Federal/PF, por serem suspeitos de integrar esquema de desvio de recursos do Programa Nacional de Assistência Estudantil/Pnaes.
Em plena Semana do Fazendeiro – o maior evento anual da Universidade -, a PF efetuou naquele dia a “Operação Recanto das Cigarras”, decorrente de investigação (que teve colaboração de dirigentes da UFV) destinada a apurar suspeita de que servidores públicos desviaram recursos federais (em média, R$ 2 milhões por ano) repassados pelo Pnaes.
Cumpriram-se, no Campus viçosense, mandados de busca e apreensão, prisão preventiva e de condução coercitiva, expedidos pela Justiça Federal de Viçosa.
No início daquele dia, os policiais estiveram em locais no Campus e nas casas de suspeitos. Todos foram conduzidos à base de operações que os federais instalaram na Universidade.
Ainda conforme a PF, os levantamentos começaram em junho deste ano, revelando a existência de suposto grupo de funcionários que há anos, de forma reiterada, estaria causando prejuízo à UFV. Eles se apropriavam e desviavam gêneros alimentícios de estoques e armazéns e do próprio Restaurante Universitário do Campus Viçosa.
Os servidores presos teriam relação com a gestão dos gêneros alimentícios (e grande quantidade deles, com prazo de validade vencida, acabou apreendida). Eles podem responder por peculato, associação criminosa e improbidade administrativa.
A preocupação manifestada em registrar a ocorrência da UFV neste espaço é a sensação – cada vez mais evidente na opinião pública nacional – de que devem somar-se esforços para modificar o sentimento de impunidade que ainda domina a nossa sociedade, sobretudo no tocante à apuração do desvio de recursos públicos e dos crimes econômicos e financeiros.
A corrupção é problema endêmico no Brasil, tem que ser banida e esta afirmativa não precisa ser utópica. Afinal, é obrigação de quem está a serviço do público manter padrão ético digno na gestão da coisa pública. Assim seja!