Na vizinha Urucânia, o temporal que caiu após o meio-dia dessa quarta-feira (22/11) teve graves consequências a partir das 14h: o lamaçal escorreu desde antigo loteamento, no chamado “Alto do Cemitério”, e tomou ruas – invadindo moradias – até afetar o Centro Histórico, justamente na semana do Jubileu de Nossa Senhora das Graças.
O prefeito Fred Brum/ PRB informou a esta FOLHA que, segundo dados da Copasa, choveu o que era esperado para uma semana. Lamentando o episódio e considerando enxurradas semelhantes em anos recentes, o prefeito buscava, no fechamento desta edição, providências que afastem, de vez, o fantasma do alagamento anual.
“Nosso consolo é que não tivemos vítimas e os danos materiais não foram significativos”, resumiu o chefe do Executivo urucaniense que prioriza, especialmente depois de 22/11, o investimento na rede de drenagem pluvial da cidade.
Em Ponte Nova, o alagamento de 20/11 (leia mais na pág. 3) – decorrente de rompimento de rede drenagem pluvial de loteamento – não é ocorrência inédita.
Durante o mau tempo registrado em 26/9/2016, lamaçal proveniente do Loteamento Cidade da Serra, da G3 Engenharia, afetou a parte baixa do Centro Histórico e o acesso ao bairro Copacabana. Já em proporções bem menores, outro sinistro ocorreu em 5/9/2015, durante a terraplenagem do Bairro Primavera, quando a lama interditou a rua João Alves de Oliveira (Triângulo/ Rasa). Registramos que, nos dois casos, os dois empreendedores tomaram providências imediatas.
É oportuno registrar que, além dos alagamentos, outros problemas envolveram certos empreendimentos imobiliários, tanto pelo impacto ambiental quanto por questões estruturais. Assim é que, ano após ano, mantêm-se pendências de urbanismo perante moradores dos bairros Nova Copacabana e Fortaleza, só para citar dois exemplos.
A experiência negativa provocou radicalização na legislação municipal, e – em tempos recentes – nota-se, na busca de melhoria da qualidade socioambiental da população, a adequação de todos os projetos à legislação e política pública locais com foco no desenvolvimento sustentável.
De fato, já não se aceita mais instalação de empreendimentos com pendências em condicionantes básicas. E, considerando a reconhecida idoneidade dos atuais empreendedores, fica, contudo, a necessidade de se atentar para esta afirmativa popular: “Todo cuidado é pouco!”