Nesta semana, o governador Romeu Zema/Novo ganhou as manchetes da imprensa ao declarar que alunos da rede estadual de ensino não serão obrigados a se vacinar para frequentar as aulas. A declaração pelas redes sociais ocorreu ao lado do deputado federal Nikolas Ferreira/PL (que opinou pela “liberdade” dos alunos) e do senador Cleitinho Azevedo/Republicanos.
Pois bem. Em 5/2, Zema ratificou sua posição em entrevista à CNN dizendo que “ o direito de frequentar a escola é inquestionável”. Diz o governador: “A criança vai aprender ciência para que no futuro ela tenha condições: diferente do que já aconteceu no passado, queremos que ela venha a decidir se quer ou não ser vacinada.”
Curioso notar que a atitude do governador ocorre após o Governo Federal incluir o imunizante da Covid-19 na relação de vacinas obrigatórias previstas para crianças de até cinco anos de idade.
Por outro lado, é de domínio público que a Lei Estadual no 20.018/2012 obriga todas as instituições de ensino de Minas a solicitar, dos pais de crianças de até dez anos, a carteira de vacinação infantil no ato da matrícula anual.
Acima de tudo, bem se sabe que as vacinas protegem não apenas quem as toma, mas também quem com estas convive, prevenindo a transmissão de doenças infecciosas e impedindo o surgimento de epidemias, endemias e pandemias.
Não por acaso, a professora Sara Azevedo – que foi candidata do Psol ao Senado – registrou em 6/2 representação no Supremo Tribunal Federal contra Zema, Nikolas e Cleitinho, como revelou o canal de notícias Poder 360. Para Sara, o trio violou as orientações do Ministério da Saúde e propagou “discurso negacionista”.
De sua parte, a deputada estadual Beatriz Cerqueira/PT acionou o Ministério Público alegando que declarações como a de Zema “estimulam a redução da taxa de cobertura vacinal no país, fenômeno que tem ocorrido diante do compartilhamento de notícias falsas sobre o tema”.
Enfim, concordamos com as críticas, pois, ao permitir que jovens não vacinados frequentem as aulas, há risco para a comunidade escolar e, por consequência, toda a sociedade.