A “Operação Família” – deflagrada nesse 10/8 (6a-feira) pela Polícia Civil de Ponte Nova com apoio de policiais civis de outras regiões de Minas – ratifica a importância da investigação policial e revela a complexidade da estrutura do tráfico de drogas (leia na pág. 13).
A apuração da semana passada – com 5 foragidos, 15 prisões e notificações prisionais para 17 que já estavam reclusos – bem dimensiona (com a possibilidade de novas detenções) o audacioso esquema de vendas de drogas em Ponte Nova e Rio Casca.
A expectativa é de que a desarticulação da quadrilha otimize e sensação de segurança e dê novas perspectivas ao trabalho preventivo e punitivo mantido pelas Polícias Civil e Militar, inclusive com atuação contra crimes correlacionados ao tráfico, a exemplo de homicídios, assaltos e porte de armas.
O empenho policial – com aval do Ministério Público e do Poder Judiciário – é minimizar o poder dos traficantes. Há, entretanto, que se atuar diuturnamente na educação contra as drogas (leia sobre palestras municipais na página 6), entre outras providências de reforço da cidadania.
É urgente, também, avançar nos esforços contra o comércio ilegal de armas, pois a lógica é simples: arma na mão de bandido significa poder de fogo para a criminalidade em geral.
Sobre os homicídios (e já são 10 neste ano em Ponte Nova contra 14 em Viçosa), o comandante da PM/Ponte Nova, major Jayme Alves da Silva, disse, em recente entrevista a esta FOLHA, que na maioria dos assassinatos há registros de antecedentes criminais dos autores e das vítimas. E, via de regra, o motivo para as execuções está no vínculo dos envolvidos com o mundo das drogas.
Já se disse que a guerra contra as drogas é desafio sem fim, mas não po-
de parar, ainda mais que a atuação dos criminosos deixa de ser municipal para ter aspecto cada vez mais regional. Urge, pois, reforçar a fiscalização em terminais rodoviários e estradas, visando estancar o fluxo de entorpecentes e de armas.
Por fim, constatamos que operações como a de 10/8, como destacou o delegado Wallace Drey Soares, demandam adesão maior da população em apoio às ações policiais, sobretudo via denúncia anônima – e segura – pelos telefones 190 (Polícia Militar), 3817-1443 (Polícia Civil) e 180 (no caso de violência contra a mulher).