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Escolas e prisões

 
“Quem abre uma escola fecha uma prisão.” A frase do escritor francês Victor Hugo (*1802/+1885) vem à tona quando analisamos o conteúdo desta nossa edição especial de Natal (páginas 7 a 26) com ações de cidadania nas escolas de Ponte Nova.
 
Nossa grande reportagem coincide com o registro dos dez anos da Penitenciária de Ponte Nova, onde também se investe no ensino (leia na página 5), embora a realidade seja a de cerca de 1.200 reclusos, quando a capacidade inicial era de 596.
 
Não por acaso, estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) concluiu que, para cada 1% a mais de jovens nas escolas, o número de homicídios cai em 2%. Isso comprova que a educação é a principal política social para transformar a sociedade como um todo.
 
Por tabela, a falta de maior atenção à escola tem sido a causa da “guerra invisível” que mata anualmente mais pessoas do que algumas nações em conflitos declarados. Circunstancialmente, ao falar em 1982 sobre o agravamento da crise do nosso sistema prisional, o antropólogo mineiro Darcy Ribeiro (*1922/+1997) repetiu o francês: “Se os governantes não construírem escolas, em 20 anos faltará dinheiro para construir presídios.”
 
A profecia se concretizou: o país tem 622 mil presos e déficit de 250 mil vagas no sistema prisional, conforme dados do Ministério da Justiça. Se o crescimento carcerário mantiver o ritmo de anos recentes, superaremos a marca de 1 milhão de detentos em 2022.
 
Ocorre que um preso custa ao Estado 13 vezes mais que um estudante: em média, R$ 2,4 mil/mês (R$ 28,8 mil por ano), enquanto um aluno de Ensino Médio custa R$ 2,2 mil/ano, como informou em data recente o Conselho Nacional de Justiça.
 
Neste cenário, especialistas são unânimes em afirmar que o investimento em educação, de fato, reduz a vulnerabilidade das pessoas. E mais: o Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Universidade de São Paulo/USP apurou que uma escola voltada para o desenvolvimento de conhecimentos tem menos chance de desenvolver alunos violentos do que as escolas com traços de depredação do patrimônio.
 
Com estas reflexões, passamos aos nossos leitores a nossa edição natalina, editada também para marcar os 31 anos desta FOLHA. Nossa meta é colocar as escolas no foco da opinião pública, desejando que se intensifique, sem trégua, a busca pela qualidade no ensino.
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