Não há dúvidas sobre a democratização da notícia via redes sociais. São inquestionáveis, no entanto, os riscos derivados das intenções de quem faz mau uso do espaço digital ao espalhar fake news.
Nesta semana tivemos exemplo em Ponte Nova, quando, nessa quarta-feira (12/3), o cidadão Arlindo Basílio divulgou em vídeo greve dos trabalhadores do transporte coletivo a partir da meia-noite de ontem, quinta (13/3), em decorrência de insatisfação salarial da categoria.
Esta FOLHA apurou o caso ao buscar, no Sindicato dos Rodoviários, a posição do presidente Ubiracy Martins Soares e da advogada Renata Soares. Ambos estavam tão surpresos quanto o diretor da São Jorge AutoBus, Flavinho Andrade, o qual se declarou preocupado em manter a estabilidade das relações com os trabalhares e as negociações sindicais.
O que de fato aconteceu?
Numa reunião de 12/3, no refeitório da empresa, em Palmeiras, sindicalistas constaram que houve, sim, insatisfação com o suposto atraso no pagamento do salário de fevereiro, por conta de interpretação de qual seria (em função dos feriados do Carnaval) o 5º dia útil deste mês. A São Jorge, entretanto, efetuou o pagamento em tempo hábil, como verificaram Ubiracy e Renata, inclusive no encontro de 13/3 com Flavinho Andrade.
Note-se que o cenário da mentira coincide com a negociação anual da renovação (tendo fevereiro como data-base) da convenção coletiva de trabalho da categoria. Conforme as duas partes envolvidas informaram a este Jornal, prevê-se para curto prazo debate sobre a pauta reivindicatória, num ambiente paralelo à expectativa da agenda licitatória (em 18/3) da concessão municipal do transporte coletivo.
Considerando-se justamente a concessão do setor de transporte de passageiros, equipe da Secretaria Municipal de Mobilização Urbana e Trânsito visitou a empresa nessa 5a-feira (13/3). Diante de Flavinho Andrade, o dirigente da pasta, Rodrigo Carraro, atestou a improcedência da notícia da greve e gravou vídeo para rebater a fake news.