
Antes das cenas de horror em Santa Margarida (leia no site desta FOLHA e na página 13), outros municípios viveram momentos de pânico em datas recentes, a exemplo dos casos de explosões de caixas bancários de Piedade de Ponte Nova e Barra Longa (leia na página 12).
Note-se que em Barra Longa o ataque aos terminais eletrônicos ocorreu 48 horas depois do assalto à agência local dos Correios.
Não por acaso, em Ponte Nova, a Caixa Econômica Federal está decidida a desativar o atendimento eletrônico de seus caixas instalados no bairro São Pedro e na sede da Prefeitura (leia na página 5). Oportunamente, é relevante registrar que a Prefeitura de Cajuri instalou em 3/7 a sua Secretaria de Segurança Institucional, num modelo que já atrai prefeitos da microrregião de Viçosa.
Em relação aos assaltos, convenhamos, os bancos são – em tese – os maiores interessados na providência, até porque não é só o dinheiro que está em questão, mas sobretudo a segurança, não só dos seus clientes, como dos seus funcionários e de cidadãos em geral.
Neste contexto, há muito a opinião pública – e num cenário mais próximo, os Sindicados dos Bancários e dos Vigilantes – cobra, dos banqueiros e das autoridades em geral, política de segurança cada vez mais consistente, a partir da constatação de que avança a organização dos assaltantes, vinculados a complexas organizações criminosas.
Em recente nota sobre os assaltos, a Federação Brasileira de Bancos afirmou que, nos últimos 10 anos, os bancos brasileiros triplicaram o investimento em segurança. Da parte das autoridades de segurança, os serviços de inteligência estudam a atuação das quadrilhas.
Sabemos que, efetivamente, estudiosos da cena policial investigam as causas desses crimes (via de regra para custear compra de armas e tráfico de drogas) e focam no planejamento geral e na realização de operações articuladas entre as preventivas e as repressivas.
O fato é que, na visão pontual do cenário, podemos contar com a coragem dos policiais. Esta realidade evidencia a necessidade de reflexão ampla e de busca de providências estruturais.
Uma coisa é certa: providências têm que ser tomadas em defesa da vida e para minimizar a sensação do próximo assalto, em cada cidade da região, considerando-se que, a cada início de mês (justamente em períodos de pagamentos de salários em geral), há maior estoque de dinheiro nos bancos.