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Ilustradora de nossa região presente na Bienal do Livro RJ 2025

Na Bienal do Livro, haverá lançamento da obra “Uma vida bordada em palavras”, ilustrada por Luísa Viveiros, artista radicada em Ponte Nova.
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Lições das águas

Em entrevista à Rádio Itatiaia, na manhã dessa quarta-feira (6/12), o governador Fernando Pimentel/PT informou que, pelos dados que seu Gabinete recebeu, a microrregião da Bacia do Rio Casca foi alvo de tromba d’água na madrugada de 4/12. Raciocínio similar foi feito, pelas redes sociais de Ponte Nova, pelo voluntário Paulinho Carvalho. Ele percorreu trechos de cabeceiras de afluentes  do rio e registrou em fotos a destruição que a água provocou em encostas.

A tese da “tromba d’água” em trecho “do lado de cá” da Bacia do Casca foi passada a esta FOLHA por uma fonte explicando por que o fenômeno meteorológico não afetou outros municípios banhados pelo rio, a exemplo de Ervália, Araponga, São Miguel do Anta, Canaã e Pedra do Anta.

O debate em torno  da condição meteorológica que provocou a tragédia deve ir além dos efeitos das chuvas intensas, que, em períodos específicos, resultam em  enchentes formadas quando a vazão d’água excede a capacidade de escoamento e os rios ou córregos transbordam e invadem outros ambientes fora de suas margens.

Embora as enchentes sejam consideradas fenômenos naturais, existem interferências humanas que acabam aumentando as chances para que ocorram cheias. Um caso exemplar vem de Urucânia, onde  –  segundo depoimentos de testemunhas – as correntezas formaram-se de enxurradas que tomaram vales com força impressionante.

Via de regra, as causas das cheias passam pelas agressões à natureza. As interferências do homem por meio de ações como desmatamento (que provoca a impermeabilização do solo), eliminação de vegetação e urbanização indevidamente planejada são algumas das atividades que podem aumentar as chances de enchentes, visto que a natureza segue um ciclo que, quando alterado, pode trazer diversos prejuízos para a área.

Como bem se sabe, as enchentes representam grave problema ambiental e também social,. Basta verificar a ampla reportagem desta FOLHA nas páginas 12 a 15 desta edição. Passada a tragédia (que já teve, até agora, uma morte constatada), o trabalho de reconstrução deve ser acompanhado de profunda discussão sobre a história da ocupação dos vales dos rios Piranga e Casca.

Sem ter como reverter a ocupação urbana de áreas de risco, deve-se planejar a revitalização de mananciais  e de áreas verdes como forma de minimizar probabilidades de novas tragédi

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