Em meados deste mês, voltou à cena a mobilização destinada a garantir os reparos pelos danos socioambientais provocados pelo rompimento, em novembro/2015, em Mariana, da Barragem de Fundão, pertencente à mineradora Samarco.
Ocorre que em 17/7, em Rio Doce, reuniu-se a Câmara Técnica/CT de Educação, Cultura, Lazer e Turismo do Comitê Interfederativo/CIF (o CIF tem reunião neste 30/7, em Brasília/DF) , criado com participação dos Governos de MG e do ES, em resposta ao desastre ambiental.
Em 13/7, na sede do Ministério Público Estadual/MPE, em Belo Horizonte, moradores de Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado representaram a Comissão de Atingidos pelos Rejeitos de Minério da Barragem de Fundão/Mariana, em encontro que marca nova etapa de negociação com a Fundação Renova, vinculada à Samarco.
Houve apresentação do Termo de Ajustamento de Conduta/TAC da Governança. Este altera o sistema de governança estabelecido pelo Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta/TTAC, o qual foi firmado em 2016 pela União e os Estados de MG e do ES com a mineradora Samarco.
Informou-se sobre as mudanças, a começar pela garantia de participação de representantes dos atingidos em todas as etapas do processo de reparação de danos, e não apenas nas audiências públicas.
Como esta FOLHA apurou, um atingido assinalou que a Renova aposta na proteção do patrimônio da mineradora em detrimento dos atingidos. Prioriza-se ainda a retirada a lama (do lago de Candonga) para a hidrelétrica voltar a funcionar e gerar energia e renda para a Vale, “jogando rejeitos em nossas terras. Quem garante a qualidade da água dos poços artesianos?”, perguntou ele para continuar:
“O processo de indenização foi muito confuso até o momento, pois muitas famílias que viviam da pesca, do garimpo e da produção agrícola ainda estão desamparadas. Ainda é baixo o total de contratação de mão de obra nos municípios.” Leia sobre o TAC no site desta FOLHA.
Ao divulgar suas ações, a Direção da Renova salienta o empenho em atender as demandas. Já em 19/7, todavia, na cidade de Galileia/MG, durante o Fórum Permanente de Prefeitos do Rio Doce, seguiu-se o debate sobre ressarcimento de gastos extraordinários dos Municípios afetados, como informou a esta FOLHA a prefeita de Santa Cruz do Escalvado, Sônia Untaler/MDB, que reclamou das reuniões com a Renova: “São marcadas por muita conversa e pouca resolutividade.”