Todo cidadão tem direito de acionar a sua motocicleta e dar uma volta pela cidade, sozinho ou acompanhado de outro(s) motociclista(s). Quando, no entanto, dezenas de donos de motos resolvem fazer este passeio de madrugada, fica evidente o alto risco.
Com buzinaço, motores em aceleração plena, ultrapassando sinais vermelhos, trafegando pela contramão, sem uso de equipamentos de segurança (a começar pelo capacete), os “manifestantes” desafiam a lei.
Foi justamente o que ocorreu na madrugada de 25/12 em Ponte Nova e em diversas cidades de MG e de outros Estados, num cenário que merece repúdio. Não por acaso, a 21ª Companhia Independente da Polícia Militar deflagrou operação em 14 municípios, com foco especial em Ponte Nova, para reprimir o que chamou, em nota, de “rolezinho criminoso”.
Os militares agiram “devido a tamanha afronta ao Estado Democrático de Direito” e pela missão de “garantir a ordem pública e a paz social”.
Em dois dias, somente em Ponte Nova, apreenderam-se 25 motocicletas e lavraram-se 51 autos de infração de trânsito/AITs. Nas 14 cidades da microrregião, total de 164 AITs.
Na nota divulgada ontem, quinta (28/12), pelo Comando da 21ª Cia./PM, informa-se que se desencadeou a ação “como uma resposta à grave violação, pois, num mundo pacífico e organizado, o equilíbrio não pode ser perturbado por desordeiros decididos a viver à margem da lei”. Por isso serão mantidas por tempo indeterminado as fiscalizações de trânsito.
A prioridade, como ressalta o documento, “é identificar e por conseguinte responsabilizar toda e qualquer pessoa que se encontra na direção de veículos automotores, principalmente motocicletas, em situação irregular e/ou participando do chamado “rolezinho do grau”.
Esta FOLHA está entre os que pregam a pilotagem defensiva, entre outras práticas de prevenção no trânsito. O motivo é bem simples: ninguém pode ficar acima da lei e, de maneira absurda, colocar em risco a sua vida e a de outros.