O mês já vai para seus últimos dez dias, e não se falou em Ponte Nova sobre o “Maio Amarelo”. Referimo-nos a um movimento internacional em prol da segurança viária, que atua para salvar vidas nas vias e rodovias de todo o planeta.
No seu terceiro ano de existência, o “Maio Amarelo” já está presente em 23 países de cinco continentes, e, no Brasil, o Observatório Nacional de Segurança Viária/SP aposta no crescimento, ano após ano, da campanha, que já tem mais de 800 instituições/entidades apoiadoras, mas não tem apelo – até agora – similar ao de outros “meses” (o “Outubro Rosa”, por exemplo).
Daí a oportunidade de refletirmos, neste espaço, sobre a necessidade de todos os segmentos sociais se unirem na conscientização sobre comportamentos seguros no trânsito e mudar o cenário de “violência e morte sobre rodas”.
Em 2016, o “Maio Amarelo” elegeu dois temas: o uso do cinto de segurança, sobretudo no banco traseiro, que ainda é muito negligenciado pela população; e o excesso de velocidade, que impacta no aumento de mortes e na gravidade das lesões no trânsito.
Pouco se falou nisso, a despeito do tema adotado pelo Departamento Nacional de Trânsito/Denatran (“Somos 43 mil mortos no trânsito. Esta epidemia precisa parar”) e da divulgação de instituições, como a Confederação Nacional do Transporte.
É bom registrar que o “Maio Amarelo” se reporta ao fato de a Organização Mundial de Saúde/OMS instituir, em 11/5/2011, a Década de Ação pela Segurança no Trânsito. Logo, ainda há tempo de nossas autoridades e entidades reforçarem projetos de humanização do trânsito e por motivo óbvio:
– Os acidentes no trânsito matam cerca de 1,3 milhão de pessoas por ano no mundo, e o Brasil aparece em quinto lugar entre os países recordistas em mortes no trânsito, precedido por Índia, China, EUA e Rússia e seguido por Irã, México, Indonésia, África do Sul e Egito. Juntas, essas dez nações são responsáveis por 62% das mortes por acidente no trânsito.
Note-se que o movimento internacional criou como símbolo o laço (nos moldes das campanhas de saúde), pois os acidentes de trânsito já são – há muito tempo – considerados uma epidemia.
De fato, se nada for feito na década, a OMS estima que 1,9 milhão de pessoas devem morrer no trânsito em 2020. Neste período, entre 20 milhões e 50 milhões de pessoas sobreviverão aos acidentes a cada ano com traumatismos e ferimentos.