
O confronto entre o vereador Hermano Santos/PT e o prefeito Wagner Mol/PSB ganhou visibilidade, na semana, com a questão da aprovação do projeto do Concurso Público (leia ao lado), mas teve fator incisivo em recente crítica do vereador (feita na Câmara e divulgada no site desta FOLHA) sobre o projeto-piloto de escola cívico-militar na EM Reinaldo Alves Costa.
Hermano já externou o seu voto contrário na Comissão de Cidadania e Direitos Humanos. No entender dele, trata-se de municipalizar “regra de ditadura” proposta pelo Governo Federal.
O vereador se disse triste com o fato, porque o prefeito é em tese socialista, sendo que “o PSB fez enfrentamento do Golpe Militar de 1964, atuou em 1985 pela redemocratização do país, agiu pela democracia na década seguinte e neste ano, no Congresso, votou contra as reformas da Previdência e Trabalhista. Para Hermano, “vão importar o que há de pior deste governo ditatorial” [do presidente Jair Bolsonaro/PSL].
Em sua justificativa, Wagner e a secretária de Educação, Fernanda Ribeiro, explicam, entretanto, que já houve reunião com a comunidade escolar e especialistas de ensino, concluindo-se pela “aprovação maciça” da proposta.
Também mencionam que Goiás e Amazonas já adotam, em sua política de ensino, a proposta cívico-militar, além de ressaltar que o Ministério da Educação criou estrutura visando implantar mais escolas de caráter cívico-militar no país, as quais são sempre bem classificadas no Enem.
Na argumentação de ambos, a proposta abrange monitores – profissionais de segurança – nas atividades externas à sala de aula, “atuando preventivamente na identificação de problemas que possam influenciar no aprendizado e convivência social do cidadão em desenvolvimento”.
Arrematam eles na justificativa: “É importante frisar que a administração da escola e o setor administrativo e pedagógico continuarão sob administração dos gestores subordinados à Secretaria Municipal de Educação.”
Fica aqui o registro das duas argumentações e a expectativa da repercussão em 11/9, durante audiência pública, convocada pela presidente da Câmara, Aninha de Fizica/PSB, para análise do projeto.
Em tempo – Nesta semana, o plenário da Câmara rejeitou projeto de Hermano pretendendo sustar decreto de Wagner que majora e/ou reduz a jornada de trabalho em alguns cargos na Secretaria Municipal de Saúde. Leo Moreira/sem partido votou com Hermano, enquanto Rubinho Tavares/PSDB se absteve.