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Assistência ao paciente em viagens aéreas

O médico José Milagres destaca: 'Somos consultados sobre os cuidados em viagens aéreas de longa distância. Essa preocupação faz sentido até porque sentir-se mal a bordo não é incomum.'
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Assistência ao paciente em viagens aéreas

José Milagres Araújo FilhoMédico especialista em Clínica Médica (CRMMG 8.553)

Consultório – Rua Dr. José Vieira Martins, 161 – Palmeiras/Ponte Nova   * (31) 3881-1962 e 98022-7030 (whatsapp)

Ocasionalmente somos consultados sobre os cuidados a serem tomados em viagens aéreas de longa distância. Essa preocupação faz sentido até porque sentir-se mal a bordo não é incomum.

Pacientes idosos ou frágeis, mesmo que assintomáticos ou estáveis, deveriam ser avaliados para levantamento da sua história médica e  da condição atual de saúde, propiciando avaliação do seu risco individual.

Doenças pulmonares e cardiovasculares, cirurgia recente, gravidez, anemia, doença neurológica e transtorno psiquiátrico estão entre as condições a receber maior atenção.

Cardiopatia bem controlada não apresenta risco relevante, mas mesmo num infarto do miocárdio sem complicações recomenda- se aguardar 3 semanas para voar, assim como pacientes submetidos a cirurgia torácica ou abdominal.

Pacientes com doença pulmonar podem apresentar dificuldade respiratória

Pacientes com doença pulmonar podem apresentar dificuldade respiratória na altitude de cruzeiro, quando há diminuição da pressão atmosférica, da umidade do ar e da concentração de oxigênio. Podem necessitar de oxigênio suplementar com uso de cilindro ou concentrador. Nesse caso, deve-se contatar a companhia aérea com antecedência.  Por outro lado, pacientes severamente limitados não devem voar.

Imobilidade prolongada favorece a ocorrência de trombose venosa dos membros inferiores, como em outras situações. O risco é maior em pessoas de pouca mobilidade, como obesos e idosos. Mas também é aumentado em portadores de varizes de membros inferiores, episódio prévio de trombose, câncer em atividade etc.

Medidas não farmacológicas são recomendadas

Medidas não farmacológicas são recomendadas:  hidratação oral, exercitar as panturrilhas e usar meias elásticas durante o voo. Assento no corredor também favorece a marcha dentro da aeronave. Em casos de muito alto risco, pode-se considerar o uso de anticoagulante preventivo.

Gravidez não é considerada fator de risco, mas recomenda- se não viajar após 28 semanas de gestação. Anemia severa e mal adaptada pode provocar síncope durante o voo e também necessitam de oxigênio suplementar.   

Ataque isquêmico transitório é contraindicação absoluta para viajar, assim como acidente vascular cerebral isquêmico estável com menos de 3-4 semanas de evolução. Transtornos psiquiátricos que possam trazer risco para o paciente ou terceiros também contraindicam a viagem.

Relatório objetivo a ser portado pelo paciente, se possível em português e inglês

Importante levar na bagagem de mão: receitas médicas, medicamentos em uso na sua embalagem original, assim como dispositivos de uso médico, tais como aparelho de dosar glicose e canetas de insulina.

Por fim, nos casos mais críticos, emitir relatório objetivo a ser portado pelo paciente, se possível em português e inglês (em viagens internacionais).

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