A prisão do motociclista Luiz Guilherme de Sousa Ramos, 20 anos, em 6/2, num flagrante de trânsito em Ponte Nova, terá desdobramentos: a família e a advogada Michely Santos Camini pretendem enviar o caso à Comissão de Direitos Humanos da Câmara/Ponte Nova, ao Ministério Público e à Ouvidoria da Polícia Militar.
O caso veio a público quando circulou nas redes sociais, nessa quinta-feira (6/2), o vídeo da abordagem policial feita às 18h, na av. Custódio Silva, próximo da ponte da Barrinha, mostrando o motociclista algemado e sentado na via.
No vídeo é possível ver o rapaz – de capacete e uniforme com logo do Departamento de Estradas de Rodagens/DER – aguardando viatura para deslocamento até o Hospital Arnaldo Gavazza/HAG para exames de corpo de delito.
Segundo nota da Assessoria de Comunicação da 21ª Companhia Independente de Polícia Militar, ainda em Palmeiras- na av. Dr. José Mariano -, os PMs viram Guilherme pilotando a Honda CG 160 Titan “com a placa totalmente erguida impossibilitando visualização dos números”.
Ainda segundo a nota, ele acelerou de forma brusca, iniciando-se perseguição pelas ruas até a sua interceptação na av. Custódio Silva. “Na abordagem, o condutor desceu alterado, desobedecendo às ordens dos militares de se posicionar para busca pessoal: com resistência à prisão, utilizou-se de força para imobilização”, ressalta o informe.
Já no HAG, continua o relato, Guilherme desacatou os militares debatendo-se na tentativa de libertação: “Familiares e namorada do suspeito insultaram os militares, na tentativa de resgate de Guilherme.”
Com isso, os PMs usaram gás de pimenta para conter o grupo e prosseguir até o ponto de registro de boletim de ocorrência/BO, no bairro Triângulo”.
Neste local, compareceu a advogada Michely Camini, que viu “inclusive o momento em que o rapaz passou a bater com a cabeça na parede, tentando autolesão”, como reforça a notícia para concluir:
– “A moto, além da placa erguida, estava com o pneu traseiro desgastado, sem o silenciador do motor, com as setas inutilizáveis e com a parte traseira em mau estado de conservação, supostamente utilizada para manobras.”
– “Guilherme é constantemente flagrado utilizando-se da moto para tais manobras, gerando perigo a toda a população. Já se envolveu em diversos registros policiais de trânsito, sendo alvo de onze multas, sem contar os autos de infração de 6/2.”

Note-se que a PM anexou no BO foto constante na rede social de Guilherme na qual ele se vangloria de fuga de viaturas em data recente.
Por fim, apreendeu-se a moto, e o rapaz, preso em flagrante, foi encaminhado à Delegacia de Polícia Civil. Ali, após autuação, o motociclista obteve a condição de responder ao inquérito em liberdade.
O outro lado
Namorada do motociclista, Daniele Alves Fonseca registrou, pelas redes sociais (junto com o vídeo), que os PMs “simplesmente pararam nos e começaram a bater em Guilherme, jogaram ele no chão. Indo para o hospital, trataram ele de qualquer jeito, chamando ele de vagabundo”.
O informe continua: “Após sair do hospital, vindo para o quartel eles começaram a bater nele, bateram a cabeça de Guilherme na viatura e foram para cima do meu sogro porque ele começou a gravar, dando um murro nele.”
Os PMs usaram spray de pimenta que afetou os olhos da mãe (não identificada na nota) do motociclista. E mais: “Voaram no meu braço para tomar o meu celular, mas não conseguiram. No quartel da Polícia, trancaram a porta para a gente não entrar e falaram que só entraríamos com presença de advogado.”
A advogada Michely confirmou para esta FOLHA a sua postagem nas redes sociais:
– Independentemente do crime, a Polícia não está na rua para agredir, e sim para proteger os cidadãos e garantir a aplicação da lei. Agressão não é aplicação da lei. Como advogada, irei, juntamente com a família, buscar os direitos do Guilherme, para que nenhum outro cidadão passe pela mesma situação.”
Veja abaixo o vídeo divulgado nas redes sociais da abordagem:
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