Cumprindo mandado judicial de prisão, as Polícias Militar/PM e Civil/PC prenderam, em 20/3, Marcus Vinícius Pimenta, 53 anos, e seu sobrinho Diego César Costa Pimenta, 29.
Desde 25/3, no entanto, ambos já estavam em liberdade e, oficiosamente, sabe-se que negam as acusações. Eles são citados no suposto desvio de medicamentos do Instituto de Nefrologia do Hospital de Nossa Senhora das Dores/HNSD.
Nota do Hospital
O HNSD informou em nota de 21/3 que [supostamente há mais de mês] tomou conhecimento de “ações suspeitas” e, após rigorosa averiguação interna, encaminhou as informações à PC, onde se instaurou inquérito.
O delegado Silvério Aguiar mantém em sigilo a investigação na qual o Hospital é vitima.
O caso veio a público depois que ele requereu a prisão preventiva da dupla, em ato deferido pelo juiz Guilherme Barros Dominato, da 2ª Vara Criminal/Ponte Nova.
Esta FOLHA apurou os nomes dos acusados, citados também no noticiário local. Outra apuração: Diego era funcionário do Hospital, do qual foi dispensado há cerca de mês e meio, no encaminhamento da apuração interna do suposto crime.
Não existe ainda informe sobre volume e valores dos remédios, desviados supostamente para o Rio de Janeiro, como constou, em 21/3, de notícia da Rádio Itatiaia/BH.
Na nota à imprensa, a Direção do HNSD informa que “colabora com as investigações para o devido esclarecimento das denúncias”.
A instituição reforça “o compromisso com a transparência, a ética e a legalidade”, permanecendo “à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais”.
Não houve declarações por parte da PC/PN, a qual recebeu para perícia celular e notebook entregues por Diego. Em BH, a Polícia Civil/MG informou à Itatiaia que, “em momento oportuno, as informações poderão ser divulgadas”.
No Fórum de Ponte Nova, o procedimento tramita “em segredo de Justiça”. A Direção do Hospital informou a esta FOLHA que aguarda desdobramentos do trabalho da PC antes de emitir relato formal sobre o caso, inclusive perante o Ministério Público, o qual – como apuramos – já está ciente da mobilização policial.
O presidente da Câmara, Wellington Neim/PP, manifestou a intenção do Legislativo ouvir, em data apropriada, informe oficial da Administração do HNSD.
As duas prisões
Nossa Reportagem apurou que, às 13h30 de 20/3, Marcus Vinícius foi preso pela PM em sua casa, na rua São Sebastião, no bairro Primeiro de Maio.
Como ele é policial militar aposentado, providenciou-se, logo após sua autuação na Delegacia de Ponte Nova, o seu encaminhamento para reclusão na sede do 11º Batalhão, em Manhuaçu.
Investigadores da PC não encontraram Diego em sua casa, no bairro Primeiro de Maio, nem no endereço da sua avó, no distrito de Santo Antônio do Alto, em Ouro Preto. Com a colaboração – via telefonema – de Marcus Vinícius, ocorreu a detenção de Diego às 14h, na Rodoviária de Mariana.
A libertação
Sendo levado para autuação na Polícia Civil de Ponte Nova, Diego ficou preso na Penitenciária local, como verificou esta FOLHA.
Já em 25/3, a partir de requerimento do advogado José de Lourdes Fernandes, a Justiça decidiu que Marcus Vinícius e Diego podem responder ao inquérito em liberdade.
Por conta do sigilo policial e judicial imposto na tramitação do caso, Fernandes não detalhou providências para defesa dos dois acusados.
Nota de Esclarecimento
Em razão das recentes investigações conduzidas pelas autoridades, o Escritório de Advocacia Bemfeito & Camini “vem a público esclarecer que a funcionária do Hospital Nossa Senhor das Dores Sra Paula Mayrink Brandão não possui qualquer envolvimento com os fatos criminosos que estão sendo apurados”.
A nota arremata: “Reafirmamos nosso comprometimento com a verdade e a justiça e destacamos que a Sra Paula sempre atuou de forma ética e responsável em suas funções. Confiamos em que as investigações esclarecerão os fatos e evitarão interpretações equivocadas.”
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