Em meados de fevereiro, a Escola Nossa Senhora Auxiliadora/Ensa recepcionou sua nova diretora institucional, Irmã Maria Helena Moreira. Ela substitui a Irmã Áurea Martins.

Reportagem desta FOLHA visitou a Escola para conhecer e dar as boas-vindas à Irmã Maria Helena, que concedeu esta entrevista a seguir:
FOLHA – A senhora assume o desafio de conduzir esta escola de 129 anos. Pode fazer um resumo de seus desafios?
Irmã Maria Helena – Animar a Escola Nossa Senhora Auxiliadora, com um legado de 129 anos de educação salesiana, é uma grande responsabilidade. No entanto, essa responsabilidade é compartilhada com a Comunidade Educativa, a família e tantos colaboradores que continuam construindo sinodalmente, no hoje, a identidade da educação salesiana.
‘Urge educar para o sentido da vida, neste mundo de complexidades, a fim de que o jovem amadureça suas convicções’
O desafio macro da educação está em compreendê-la em sua complexidade. A educação integral nos convida a um olhar que abrace a realidade humana em sua inteireza, sendo capaz de tecer, no cotidiano das ações educativas, um projeto educativo-pastoral, cuja finalidade é formar “honestos cidadãos e bons cristãos”, como concebia Dom Bosco. Portanto urge educar para o sentido da vida, neste mundo de complexidades, a fim de que o jovem amadureça suas convicções, sendo protagonista de mudanças que corroborem para um mundo justo, ético, no exercício de uma cidadania ativa.
FOLHA – Como avalia a projeção dos valores salesianos no cenário da educação digital do século XXI?
‘A educação salesiana, em sua ação pedagógico-pastoral, se sustenta em Jesus Cristo, Bom Pastor’
Irmã Maria Helena – Os valores, as crenças e as convicções salesianos se fundamentam na ação pedagógico-evangelizadora, que acompanha e orienta a comunidade educativa em sua missão de favorecer o desenvolvimento pessoal integral. A educação salesiana, em sua ação pedagógico-pastoral, se sustenta em Jesus Cristo, Bom Pastor, e no anúncio dos valores evangélicos, que são perenes e nos toca proclamá-los com a vida e ações, nos cenários plurais do mundo contemporâneo. Um destes cenários é o ecossistema comunicativo digital. Habitá-lo requer lucidez, audácia, responsabilidade e competência, de modo a torná-lo um ambiente rico em humanidade.
A cultura digital oferece uma grande e eficaz potencialidade comunicativa e exige de todos nós, sobretudo dos que se dedicam à educação, a responsabilidade de formar a pessoa para que ela seja o sujeito, o protagonista nesta história marcada pela conectividade e interação das redes digitais, pela supremacia da informação, pelos avanços científicos, como a genética, a neurociência, a inteligência artificial. Requer uma formação para a ética, a capacidade de viver conferindo sentido à existência, em contínuo discernimento diante das propostas que emergem do mundo contemporâneo. Os valores salesianos se explicitam nesta árdua e feliz arte de construir uma sociedade ancorada na proposta do Evangelho no coração da contemporaneidade. Esta é uma missão de todos nós, como família humana.
FOLHA – Com sua experiência de conselheira da Comunicação Social Mundial das Filhas de Maria Auxiliadora, reflita sobre importância da comunicação multimídia na formação dos jovens.
Irmã Maria Helena – Somos sujeitos deste mundo contemporâneo, marcado por mudanças velozes, por uma intensa conectividade. Somos habitantes de um ecossistema digital, presentes nas redes sociais com as mais diversas finalidades: profissionais, comerciais, econômicas, espirituais, lazer, estudo, pesquisas. Cabe-nos sempre a pergunta profunda: por que estou presente neste espaço? A cultura digital oferece uma imensa e eficaz potencialidade comunicativa. Urge, no entanto, buscarmos qualificação para habitarmos este ecossistema com novos enfoques de conhecimento e sólidas habilidades de comunicação, com alto nível de consciência e responsabilidade social.
‘Honestos cidadãos e bons cristãos’, como propunha Dom Bosco
Estamos no coração da contemporaneidade e o grande desafio que emerge é o da formação da pessoa humana, sobretudo das novas gerações para habitar os múltiplos espaços digitais, como pessoas capazes de dialogar com a diversidade de culturas, pensamentos, com alto pensamento crítico em grau de oferecer seu contributo ético para construir relações de reciprocidade e acolhida ao outro, no respeito, na escuta, na solidariedade humana, no exercício de uma cidadania também digital, como “honestos cidadãos e bons cristãos”, como propunha Dom Bosco para um caminho de crescimento humano-espiritual e transformação do tecido social.
FOLHA – Em fevereiro, em BH, o Encontro de Gestão das Escolas da Inspetoria Madre Mazzarello abriu debate sobre desafios, perspectivas e planejamento estratégico. Na prática, qual deve ser a tônica na busca da excelência educacional neste ano letivo?
Irmã Maria Helena – Na prática, a busca pela excelência educacional deve ter como foco principal um planejamento estratégico integrado, capaz de envolver os desafios atuais e acompanhar as tendências. Isso significa vincular gestão escolar, inovação pedagógica e participação da escola, família e comunidade, para garantir um ensino de qualidade.
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