* Matéria atualizada às 15h40 de 6/2
A Polícia Militar interrompeu, a partir das 11h30 de 2/2, o evento denominado 2º Motocando, iniciado às 8h no Parque de Exposições, tendo entre os organizadores a Associação Amigos do Grau de Ponte Nova/AAGPN.
Logo cedo surgiram reclamações de moradores dos bairros Santo Antônio, Neném Mosqueira, Palmeiras, Recanto das Pedras, Vila Lanna e Guarapiranga, acusando poluição sonora provocada pelos escapamentos – adulterados – das motos, cujos condutores se exibiam em círculo, sobressaindo a prática do grau: veículos equilibrando-se somente nos pneus traseiros.
A PM e o Departamento Municipal de Trânsito/Demutran atuaram no controle do trânsito no acesso ao Parque de Exposições e, diante das inúmeras reclamações (inclusive na Rede de Comércio Protegido via whatsapp), o tenente PM Luiz Menezes procurou Renato Prata, que se responsabilizou pelo alvará municipal (com prazo-limite às 16h30) e obteve pacificamente a suspensão das exibições das motos.

Além do protesto de moradores, verificou-se que o barulho afetava o Hospital Arnaldo Gavazza (que fica a 500 metros dali). O tenente argumentou, perante Renato, com a prática de crime ambiental previsto na Lei nº 9.605/98, a qual tipifica o excesso de ruídos que afetam o sossego e a saúde mental.
“Sobre demais informações pertinentes, estamos confeccionando relatório correlato – para a Secretaria Municipal de Governo e outras autoridades – ao evento com todas as implicações e demais intercorrências constatadas: entre elas, a fiscalização de 60 veículos, lavrando-se 37 autos de infração de trânsito e remoção de duas motocicletas”, informou o militar para continuar:
“Frisamos que, na entrada no evento, a maior parte dos veículos tinha situação regular para circulação. Após adentrarem no Parque de Exposições, no entanto, procediam-se às alterações das características originais, no caso, a substituição do escapamento da moto.”
O outro lado
Na manhã de 3/2, Renato Prata disse que, devido à falta de espaço apropriado e às dificuldades encontradas, sua equipe não mais avalizará o evento em Ponte Nova. Ele dirige a ABCD/Associação Beneficente contra as Drogas e divulgou a nota a seguir:

– “O evento teve como um dos objetivos orientar e lutar contra a prática de manobras em via pública e desrespeito às leis de trânsito, além de arrecadar donativos (a título de acesso ao Parque de Exposições) para o Hospital de Nossa Senhora das Dores.
– Repassaram-se, na véspera e na abertura do 2º Motocando, exigências de equipamentos básicos de segurança, delimitando-se espaços para as motociclistas, ciclistas e condutores de carros rebaixados.
– Não se permitiu o ingresso com bebidas alcoólicas, que não estavam à venda no local. Havia faixas esclarecendo que constitui crime contra a lei do silêncio o tráfego com motos com descarga livre ou adulterada. Infelizmente o barulho das motos causou transtorno à população.
– Feita a advertência pela PM, imediatamente encerramos o evento, sem maiores transtornos. A Polícia ainda deu o suporte para que os participantes tivessem saída com segurança.”
Renato explicou, por fim, que a intenção da ABCD interagir com a AAGPN para: legalizar a essa entidade, cadastrar os praticantes do grau, oferecer regras de segurança, buscar locais seguros para os encontros e atuar em defesa das leis de trânsito.
Amigos do Grau
Nossa Reportagem ouviu Daniel Fernandes da Silva, representante da Associação Amigos do Grau/Ponte Nova: “Para não atrapalhar a população, estamos em busca de espaço apropriado para a prática do grau como esporte. Pedimos que a Prefeitura nos atenda, pois somos trabalhadores e só queremos o nosso lazer, como qualquer outro cidadão tem direito.”

Ele revelou: “A Prefeitura está disponibilizando lote afastado da cidade para desenvolvermos o projeto. Com isso, traremos pessoas novas para a cidade gerando lucro, por exemplo nos autopostos, restaurante e hotéis. Podemos dizer que Ponte Nova tem pouco incentivo ao esporte para os jovens hoje em dia.”
Pelas redes sociais, adeptos do grau protestaram contra a suspensão do evento e desejaram que os moradores do entorno se revoltem também contra a poluição sonora provocada por shows no Parque de Exposições.
Debate na Câmara
O vereador Emerson Carvalho/PP falou sobre o evento ao discursar em 3/2 na Câmara de Ponte Nova. Ele negou que tenha atuado na organização e lembrou de seu projeto de 2024 (que será reapresentado), prevendo inclusão dos praticantes do grau.
Contrário ao evento próximo de áreas residenciais (como ocorreu em 2/2), o vereador desejou que todos interajam com seu projeto, talvez já na próxima semana.
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