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Na Bienal do Livro, haverá lançamento da obra “Uma vida bordada em palavras”, ilustrada por Luísa Viveiros, artista radicada em Ponte Nova.
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Slow medicine: afinal, o que é?

José Milagres Araújo FilhoMédico especialista em Clínica Médica (CRMMG 8.553)

Consultório – Rua Dr. José Vieira Martins, 161 – Palmeiras/Ponte Nova   * (31) 3881-1962 e 98022-7030 (whatsapp)

Na esteira de outros movimentos que questionam a correria da vida moderna, surgiu na primeira década deste século a Slow Medicine – a medicina sem pressa.

Ela se propõe a resgatar um atendimento sem pressa, buscando a melhor interação entre médico e paciente.  Embora não seja novo este conceito, assume ares revolucionários nos tempos atuais.

Com a demanda por atendimentos rápidos, houve natural diminuição no tempo para o médico ouvir e interagir com o paciente. Daí o grande número de pedidos de exames complementares buscando ganhar informações que não foram colhidos na anamnese (entrevista) e no exame físico.

O paciente receberá mais atenção e haverá mais tempo para o exame físico e para o raciocínio clínico

 A Slow Medicine preconiza um tempo maior para o paciente expor seus sintomas e questionamentos, enquanto o médico ouve e dialoga com ele. O paciente receberá mais atenção e haverá mais tempo para o exame físico e para o raciocínio clínico.

É sabido que em uma avaliação médica cerca de setenta e cinco por cento da resolutividade decorrem de uma boa entrevista e de um bem feito exame físico.

Exames complementares quando necessários deverão ser pedidos com muito critério, caso contrário podem confundir e causar gastos desnecessários. Pior ainda quando se trata de exame invasivo solicitado de maneira açodada, sem evidência clínica que justifique sua realização.

A relação médico/paciente tende a ficar mais efetiva, gerando conhecimento e segurança mútua

 E as condutas a serem tomadas deverão ser compartilhadas com o paciente, que passa a ser um ator no cuidado da sua saúde. Ao longo do tempo, essa relação médico/paciente tende a ficar mais efetiva, gerando conhecimento e segurança mútua.

A Slow Medicine frequentemente evitará exames diagnósticos sofisticados e caros,  tornados desnecessários pela qualidade do atendimento. Não que a Slow Medicine despreze esses exames e procedimentos, pelo contrário. Mas o seu uso será buscado com muito mais racionalidade.

Do ponto de vista terapêutico, a Slow Medicine valoriza muito as ações não farmacológicas, geralmente muito eficazes a longo prazo, porém muito dependentes do engajamento do paciente na sua implementação.

Favorece também a instituição da Observação Vigiada, quando em comum acordo médico e paciente decidem por não tomar qualquer medida diante de situação onde a intervenção médica tem potencial de causar danos (iatrogenia).

E torna mais fácil a tomada criteriosa de medidas simples e conservadoras, ao invés de medidas arrojadas, porém sem evidências científicas de eficácia ou de boa relação custo/ benefício.

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