
O Programa “Café com Bolo – Papos & Canções” teve, na edição de 7/5, pelo YouTube, reflexões e informes históricos sobre os mais de 100 anos de futebol em Ponte Nova.
O estúdio do programa estava bem “ornamentado” com as camisas de sete times de Ponte Nova: Pontenovense, Primeiro de Maio, Palmeirense, Real, Ana Florência, Municipal e Rasense.
O jornalista e escritor Alfredo Padovani e o escritor e produtor cultural Luiz Raimundo de Oliveira receberam o cantor e violonista Theba. O programa teve diversos apoiadores, inclusive esta FOLHA (uma das fontes de pesquisa da dupla de apresentadores).
Padovani dissertou: "O futebol chegou em Ponte Nova como chegou também em várias partes do Brasil no início do século XX. Aqui, em 1911, fundou-se o Pontenovense FC, e pouco antes pontenovenses que estudavam no Rio de Janeiro trouxeram noções desse esporte e uma bola. Em 1918, surgiu a Sociedade Esportiva Primeiro de Maio [SEPM]."
Padovani está escrevendo o livro “Mais de 100 Anos de Futebol na Terra do Rei”, com prefácio do ex-atleta Reinaldo Lima [do Atlético/MG e da Seleção Brasileira] e seguiu divagando.
Ele contou que o PFC era formado por pessoas da elite urbana e rural, tendo no grupo imigrantes italianos e seus descendentes. Segundo ele, também no caso da SEPM, os imigrantes italianos foram de fundamental importância, agora com proposta de criação de um clube operário, com participação de pequenos comerciantes, funcionários públicos e militares.

O escritor ainda salientou a formação do 3º clube, o EC Palmeirense/ECP, em 1943, que resultou da união de times do bairro Palmeiras, alguns atuando desde 1913. Mais uma vez, atuaram imigrantes italianos e portugueses, tanto que a tradicional camisa da chamada equipe índia imita a do Vasco da Gama/RJ.
Jogos dos padeiros
A influência dos portugueses motivou outra observação de Padovani: ao longo de décadas, o confronto entre Primeiro de Maio e Palmeirense teve o apelido de “Clássico dos Padeiros”: o motivo era o fato de Everaldo Bráulio ser dirigente da SEPM e dono da Padaria das Famílias/Centro, enquanto Abel Pesqueira Moreira, um dos fundadores do ECP, comandava a Padaria São João Baptista/Palmeiras.
A partir da segunda metade dos anos 1940, com a fundação do Municipal Atlético Clube/MAC (com o nome original de Andaraí), projetaram-se a família Maciel (Jurandir à frente) e mais um padeiro, no caso Vitalino Gomes Filho (Nhonhô Vitalino). Ainda sobre o MAC, o cantor Theba revelou que ele e o saudoso José Mucci compuseram o “Hino do Mané”.
Demais times
Na sequência, Padovani referiu-se ao Rasense, oficializado nos anos 1950, mas com registros desde 1933 nos “Campeonatos da Cidade”. Justamente em 1933 (15/11), surgiu o EC Ana Florência/ECAF, na Usina do Pião, resultado da junção dos times Operário e Vieira Martins.
O ECAF teve sua maior projeção entre 1975 e 1978, sendo tricampeão do Leste de Minas e formando grandes craques do futebol profissional, a exemplo de Barbatana, Pinguela, Ernani Charuto, Zé Emílio e Célio Batista, todos relacionados por Padovani e Luiz Raimundo ao lado do saudoso dirigente Zizi Itaborahy.
Nos anos 1960, fundou-se o Real AC, a “Formiguinha Atômica” do bairro Santo Antônio. Seu principal pioneiro foi o vereador/desportista [e ex-presidente da Liga de Desportos] Angelino Cardoso.
Nomes históricos
Padovani citou apelidos em nosso futebol, entre torcedores e craques (*). Já Luiz Raimundo contou sua experiência como diretor do PFC e do ECP e presidente da SEPM. Entre tantos nomes de craques e dirigentes do futebol de Ponte Nova, o programa lembrou estes: o espanhol Dom Miguel Trinchan (treinador do PFC), o craque Niquinho/ECP e outros.
Exibiram-se vídeos onde Luiz Raimundo entrevistou Fifi/SEPM e Geraldino/PFC. Houve depoimentos de Paulo Biru/SEPM, Zé Carlos Preto/PFC e Nelsinho Motoqueiro/ECP.
Enquanto Padovani falava sobre futebol, exibiam-se fotos de atletas e dirigentes de todos os tempos. Destaque para Reinaldo Lima, que enviou vídeo com bela mensagem sobre sua trajetória nas categorias de base da SEPM e do PFC.
(*) – Ele iniciou pelos torcedores Joaquim Zueira, Zé Caixinha, Balalau e Mané Lavanca, passando pelos atletas Caburé, Timbé, Beiçola, Pustema, Piôrra, Caminhão de Osso, Nipó, Xuruba, Paquinha, Paulo Biru, Barbatana, Marquinhos Polifina, Biguá, Antônio Pezinho, Maurício Corneta, Cafezinho, Paquito, Bastião Reganha, Satica e Bereco, entre tantos outros.