Wanderley Lúcio Maia, pontenovense de coração que nasceu em Belo Horizonte, já marcou a vida de algumas gerações de crianças e adolescentes de Ponte Nova por sua dedicação ao handebol, esporte no qual fez história como atleta profissional.
Leley jogou futebol nas categorias de base do Atlético Mineiro até os 16 anos. Ainda em 1973, aos 17 anos, quando estudava no Colégio Estadual do Bairro Sagrado Coração de Jesus, conheceu o handebol.
“Eu achei que era jogo para meninas, pois se joga com as mãos, e que homem não deveria gostar. Aí tentei jogar e achei muito simples fazer gols com as mãos, ainda mais porque eu sou ambidestro”, lembra ele, que chega aos 40 anos de dedicação a esta modalidade esportiva.
Talento adolescente
Seu talento foi revelado pelo professor Lincoln Raso (“ele é o meu guru”). “Ele notou a minha facilidade em aprimorar as jogadas com apenas seis meses de prática e me convocou para disputar o JEB’s (Jogos Estudantis Brasileiros) em Maceió, em julho de 1973. Fui artilheiro da Seleção Mineira neste torneio, fazendo 59 gols em 6 jogos”, revela Leley.
Com esta projeção, Leley recebeu carta da Confederação Brasileira de Desportos convocando-o para integrar a Seleção Nacional, que disputar a Copa Latina de Handebol na Romênia: “Assim começou minha vida num esporte de alto rendimento e, por quase dez anos, eu defendi, com orgulho e prazer, o Brasil em competições internacionais.”
Ainda em Belo Horizonte, Leley jogou no time do Ginástico, de onde saiu ao se mudar para Ponte Nova, em 1988, quando se casou com Maria Cecília Guimarães (Ciça), começando então a jogar no Esporte Clube Palmeirense/ECP. Aqui ele constituiu família e, já na década de 1990, jogou no Sport e no Tupinambás, ambos de Juiz de Fora, sendo várias vezes campeão mineiro e dos Jogos do Interior de Minas/Jimi.
No começo dos anos 2000, numa partida amistosa do Tupinambás contra uma equipe alemã, em Barra Mansa/RJ, Leley sofreu lesão séria no ombro direito, tendo que submeter-se a cirurgia em 2004. Desde então, ele saiu do time e decidiu dedicar-se à busca de novos talentos, tornando-se treinador de categorias de base.
Leley iniciou seu trabalho como técnico do time no Sesi/Fiemg, coordenando a Escolinha de Handebol que o Sesi mantinha em Ponte Nova. Ele se orgulha de ter revelado atletas que chegaram à Seleção Brasileira, a exemplo de Talita Alves, Higor Assis, Wallant França e Maria Eduarda (Duda).
Formação contínua
Atualmente, Leley segue com trabalho voluntário de treinador no EC Palmeirense, onde coordena times para competições importantes, e mantém escolinha para crianças (a partir de 9 anos). “Também montei uma espécie de ‘clínica de iniciação e desenvolvimento do handebol’ para ajudar professores e técnicos em geral”, explica ele.
Pelo fato de o esporte ser uma constante na vida de Leley, suas três filhas cresceram neste ambiente. “Elas me acompanhavam nas competições e todas jogaram handebol até irem para a faculdade e seguirem seus caminhos. Hoje, tenho uma netinha, Maria Clara, que pratica handebol e também capoeira.
Para Leley, “o esporte funciona na vida das pessoas como escadas, onde se pode subir ou descer, sendo – sem dúvida – uma ferramenta para a socialização e a formação do caráter, além de proporcionar qualidade de vida”.
Logo, para ele, todos os objetivos podem ser alcançados quando o atleta se compromete, se doa, se respeita e tem disciplina. “Cito o exemplo da Talita Alves, que tanto persistiu e chegou à Seleção Brasileira. Quando as oportunidades aparecem, o atleta tem que estar atento e preparado e acreditar”, arremata ele.