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Tico Ficag: ‘A contraindicação para a capoeira é ficar parado’

Carlos José Domingues de Oli­veira (Tico), professor de edu­cação física e instrutor de capoeira, coleciona sucessos com a formação de centenas de capoeiristas.

Ele pratica o esporte há 22 dos seus 32 anos. Por incentivo dos pais, Carlos Jovino (falecido) e Maria das Graças Domingues, Tico, contudo, começou a estudar violão, enquanto o seu irmão Rafael iniciou-se na capoeira. Logo na 1ª semana, porém, com a aula de violão acabando mais cedo, Tico foi ver o treino do irmão.

“Na semana seguinte, eu já co­mecei as aulas de capoeira com o professor Almir Farias Barros, no Sesi de Ponte Nova”, lembra Tico, ressaltando que seu atual coordenador é Jamil Raimundi, o mestre Museu.

O fato é que Carlos e Rafael – chamados de “Tico” e “Teco” – projetaram-se nesse esporte. Rafael tem sua academia de treinamento físico, enquanto, Tico, desde 1996, integra a Fundação Internacio­nal Capoeira Arte das Gerais/Ficag.

Já em 2002, na laje da casa da família, no bairro São Geraldo, os irmãos criaram então o Espaço Cultural Tico e Teco, no qual Tico mantém aulas de capoeira e projetos sociais.

“Percebi que alguns alunos não tinham con­dições de pagar e passei a dar aulas gratuitas. Depois, mantive o Espaço com rifas, almoços e outras promoções, como quadrilhas juninas”, conta o professor.

O trabalho voluntário “está em nosso sangue”, relata Tico, lembrando que seu pai “enchia o carro de crianças e levava todo mundo para jogar bola no Primeiro de Maio ou na roça. Já minha mãe sempre foi voluntária na Pastoral da Criança da Paróquia São Sebastião”.

Tico já iniciou crianças e adolescentes na capoeira através dos projetos es­taduais Minas Olímpica e Projeto Segundo Tempo. Desde 2011, ele atua na Fundação Menino Jesus/FMJ, cuidando da formação esportiva de crianças em situação de vul­nerabilidade.

Em 2016, como funcionário do Centro de Referência em Assistência Social/CRAS, Tico passou a dar aula na Associação de Pais e Amigos dos Excepcio­nais/Apae.

“Tomei tanto gosto que, mes­mo com o fim do vínculo com o CRAS, continuei como voluntá­rio da Apae com 30 assistidos no Projeto Centro Dia. A alegria de viver que eles passam para a gente não tem preço. A recompensa vem na forma do carinho deles”, ressalta Tico.

E a trajetória deste capoeirista já cruzou oceanos: em 2015, Tico esteve, por 10 dias, em Varsóvia/Polônia, representando a Ficag, oportu­nidade em que ministrou palestras e aulas sobre capoeira, maculelê e musicalidade.

Mudança de vida

Para o capoeirista, este esporte agrega va­lores para os cidadãos, numa forma ímpar de acolhimento de atletas de todas as idades e classes sociais e disseminação de mensagens de otimismo. “As pessoas têm que encontrar algo que toque o coração e transmitir algo bom para o próximo”, diz ele.

“No dia a dia, as relações são carentes de presença”, ponderou ele, ressaltando que tem alunos provenientes de contextos familiares complicados, mas que conseguiram sair da rua, vencer a timidez, deixar as drogas e voltar a estudar. Os pais também ficam gratos com tais melhoras”, assinala Tico. Ele pretende iniciar projeto de capoeira para a terceira idade. “É um sonho, como forma de provar que nunca é tarde para começar ou para viver algo novo. A contraindicação para este es­porte é o risco de ficar parado”, finaliza ele com bom humor.

Ginga Ponte Nova

O capoeirista aproveita para divulgar a 9ª Ginga Ponte Nova de Capoeira, no Giná­sio Poliesportivo do Esporte Clube Palmeirense, no bairro Guarapiranga, em 17 e 18/11, reunindo cerca de 500 pessoas de pelo menos 20 cidades.

Durante o referido evento, Tico anunciará, para o início de 2018, seletiva de atle­tas para competir em certame mundial de capoeira, de 11 a 15/7/2018, em Belo Horizonte, onde ainda ocorrerão oficinas, workshops e palestras, estando prevista a participação de re­presentantes de 12 países.

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