Para falar sobre a manutenção dos veículos de transporte coletivo, José Flávio de Andrade Filho (Flavinho], diretor da São Jorge AutoBus, ocupou a Tribuna Livre da Câmara em 23/6. Ele debateu por quase uma hora e meia a partir do noticiário de seguidos problemas mecânicos nos ônibus, mencionados já na abertura pelo presidente Wellington Neim/PP.
Wagner Gomides/PV informou que visitou a empresa na semana passada e ouviu de Flavinho o relato sobre a resolução dos problemas em sete dias. No entender do vereador, é evidente a desconfiança da população com o transporte coletivo, cuja licitação, vencida pela São Jorge, está em fase final de tramitação.
Segundo Flavinho, sem contrato desde 2020, sua empresa é remunerada por 33 ônibus rodando e 4 reservas, mas presta o serviço com mais de 40 veículos, atendendo novas demandas de itinerários por parte de Prefeitura, Câmara, Demutran e até do Ministério Público, o que dificulta a manutenção.
No entender dele, é emblemática a imagem do ônibus com roda quebrada em data recente. Enfatiza ele: “Não quero culpar ninguém, mas ruas da cidade e as estradas rurais não têm condição de uso, e isso não é de agora.”
Ele mencionou a precariedade inclusive dos pontos de embarque e desembarque para dizer que, no cenário do transporte de passageiros, “tudo deixa a desejar”. O empresário ainda informou que, em meio ao extenso tempo da indefinição licitatória, “a gente fica limitada de investimento e de planejar no longo prazo”.
Emerson Carvalho/PP referiu-se a seguidas reclamações de usuários sobre a qualidade dos veículos, incluindo quebras e atrasos em linhas urbanas e rurais. Flavinho repetiu o raciocínio de intensas demandas com a mesma frota e sublinhou a demora na nova licitação.
O empresário informou que cada ônibus novo custa R$ 890 mil e registrou: “Em 2024 compramos dois ônibus seminovos, quatro ônibus muito bons, outros quatro em bom estado, tudo isso sem contrato atualizado.”
Perante Guilherme Belmiro/PT, Flavinho estendeu as explicações e citou linhas extensas e deficitárias, criadas para “rodar inclusive nos fins de semana, sem ter novos ônibus em nossa frota”. E lamentou que “hoje algumas pessoas vivem em função de acabar com a nossa imagem”.

Fernanda Bitenco/Agir pediu informe sobre como a Câmara pode trabalhar para equalizar o problema do setor. Andrade respondeu: o transporte coletivo depende de itinerários em boas condições, remuneração adequada e outros itens.
Pastor Fabiano/Avante pediu explicação sobre a questão do valor da passagem. Segundo ele, o preço real é, hoje, R$ 4,50, o usuário paga R$ 2,50 e a Prefeitura subsidia a diferença, num total de R$ 536 mil em maio.
Conforme Andrade, para não pagar a diferença, seriam necessários 450 mil pagantes/mês, mas na prática não passam de 260 mil, incluindo a gratuidade para idosos e desconto de 25% na tarifa para estudantes.
Marcinho de Belim/PDT retomou o cenário da manutenção dos veículos, questionou a capacitação e elogiou a função social da São Jorge. O empresário disse que recentemente houve treinamento da equipe no CEU das Artes e na rotina há fiscalização. Ele aproveitou para lamentar a “falta de respeito” com os motoristas da parte de alguns passageiros.
Quando José Osório/PSB manteve a reclamação quanto a horários com superlotação em alguns itinerários, Flavinho sublinhou que atende as ordens da Administração e lembrou: “O Executivo é o principal responsável para que a cidade tenha um transporte coletivo melhor”, frisa Osório.
Careca de Totinho/Avante elogiou a empresa e cobrou “letreiro adequado” com o itinerário de cada ônibus. Por sua vez, Gustavo de Fizica/MDB perguntou quando ocorrerá a assinatura do novo contrato da São Jorge com a Prefeitura.
Conforme Andrade, “estão esperando resposta do Tribunal de Contas para homologar a licitação e fazer o contrato”. Ele destacou a falta de interesse de outras empresas no pregão: “Ninguém quis pegar o serviço. Isso ninguém fala abertamente. Se a São Jorge sair ou não quiser continuar, Ponte Nova ficará sem transporte coletivo”.
Thaffarel do Povo/PSB manteve o discurso das reclamações e ponderou sobre o melhor fluxo dos ônibus com eliminação de boa parte do tráfego pesado na cidade a partir do projeto da nova alça do Anel Rodoviário. Rubinho Tavares/PP falou de sua expectativa de melhoria do transporte urbano somente quando a São Jorge tiver o novo contrato em mãos.
Para o presidente Neim, deve ocorrer em breve a assinatura do novo documento e, a seu pedido, Flavinho discorreu sobre investimento em software e aplicativos que controlarão o horário dos ônibus em tempo real.
Gomides e Emerson desejaram que a Secretaria de Mobilidade Urbana e Transporte tenha melhor estrutura para funcionar como “um braço forte” na questão dos transporte público de passageiros.
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