Carregando faixas, cartazes e um coração clamando por mudança, representantes de pastorais, movimentos sociais e entidades – inclusive da região de Ponte Nova – participaram do 21º Grito dos Excluídos, nessa segunda-feira, 7/9, em Congonhas, com reflexões sobre a vida e o monopólio dos meios de comunicação.
O Grito dos Excluídos/2015 foi promovido pela Arquidiocese de Mariana, em parceria com representantes de diferentes instituições ligadas a movimentos sociais. A coordenadora da Dimensão Sociopolítica, Bruna Monalisa, afirma que é gratificante e renovador ver o povo nas ruas. “Para nós, enquanto militantes, ver esse povo organizado, num um dia tão simbólico, é muito importante.”
Segundo o vigário da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, padre Paulo Barbosa, o “Grito” evidenciou a participação do povo: “As pastorais, com destaque para a presença dos jovens, numa mesma sintonia, que é a cidadania. Viram-se os engodos e a manipulação da mídia frente à consciência crítica das pastorais sociais e movimentos sociais. Destacou-se também a peregrinação da Imagem de Nossa Senhora num clima de piedade e de grande envolvimento de todos.”
O coordenador da Dimensão Sociopolítica da Arquidiocese de Mariana, padre Marcelo Santiago, em sua fala, ressaltou que a prisão não resolve o problema da insegurança social. “A redução da maior idade penal não é a solução da violência em nosso país. É preciso investir mais em educação, em políticas eficientes para a juventude e a família e abrir os horizontes e perspectivas de futuro para as novas gerações, sobretudo as que se encontram em risco social. Queremos, também, neste Grito dos Excluídos lembrar aos meios de comunicação, sobretudo as grandes mídias, que não podem ficar fechados em si mesmos. É preciso estar voltados para os interesses do povo, pautados na ética e nos valores, comprometidos com a verdade e a paz, e não a serviço das classes dominantes.”
Neste ano, o Grito teve a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida conduzindo a caminhada. Desde 24/8, a imagem de Nossa Senhora está visitando as comunidades de Congonhas. Padre Marcelo disse que “a presença de Maria é, para todos nós, uma santa inspiração”. A imagem, que passará por toda a Arquidiocese, vai percorrer as Paróquias até junho de 2017.
O 21º Grito dos Excluídos foi encerrado com celebração aos pés do Bom Jesus. Cerca de 5.000 pessoas participaram da missa, celebrada por padre Marcelo Santiago. Durante a homilia, ele reforçou a importância de se renovarem os compromissos de lutar na defesa de direitos básicos para todos, de dizer não à violência, sobretudo a violência contra a mulher, e de dizer não ao extermínio da juventude e à proposta de lei de redução da maioridade penal.
