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InícioREGIÃOAção contra a Samarco: juiz federal de PN recebe comissão de atingidos

Ação contra a Samarco: juiz federal de PN recebe comissão de atingidos

Cidadãos organizados pelo Movimento de Atingidos por Barragens/MAB postaram-se, na tarde dessa terça-feira (22/8), diante da sede da Justiça Federal, no Centro Histórico de Ponte Nova. Eles protestaram contra recente decisão judicial que, acatando pedido da Samarco (e suas sócias), suspendeu o processo criminal – na qual dirigentes das empresas são réus – relativo aos danos provocados pelo rompimento, ainda em nov/2015, da Barragem de Fundão/Mariana.

Pouco depois, acompanhado de Guto Malta (ex-prefeito de Ponte Nova), procurador – em Viçosa – da Advocacia Geral da União, o juiz Jacques de Queiroz Ferreira recebeu a comissão de atingidos e justificou sua decisão: como apareceram escutas fora do período pedido judicialmente, considerou prudente suspender temporariamente o processo para ele não ser anulado em outras instâncias.

Segundo nota do Movimento (que divulgou as fotos), o juiz Jacques explicou que outras investigações federais, como a Satiagraha e Castelo de Areia, acabaram anuladas pelos Tribunais Superiores com os mesmos argumentos apresentados pela Samarco. Integrante da Coordenação do MAB, Thiago Alves convidou o juiz a visitar a região afetada, o que, na opinião do ativista, ajudaria na sensibilização da análise dos fatos. Jacques falou que já visitou Barra Longa, em “viagem discreta”.

Ainda segundo o MAB, o magistrado garantiu que não aceita violação do direito, mas o processo legal deve ser respeitado. O juiz ainda informou que 7 mil processos tramitam na Vara Federal de Ponte Nova. Só o processo criminal relativo à tragédia de Fundão já reúne cerca de 100 volumes com 400 testemunhas, sendo que “é insuficiente” a estrutura física e de servidores para atender tais demandas.

Os atingidos protocolaram recente nota do MAB repudiando a suspensão do processo bem como “a Samarco, a justiça brasileira e a nudez em praça pública”, além de denunciar que, em decisões recentes, em Brasília/DF, a Justiça atenderia interesses da mineradora e seus dirigentes em protelar procedimentos judiciais sobre a tragédia de Fundão.

“O respeito ao processo legal não pode significar abrir brechas ridículas para que as mineradoras escapem de uma condenação justa diante de um crime tão complexo. Nosso papel enquanto movimento que luta por direitos, justiça e democracia é denunciar, dar voz a esta indignação e fazer a luta pressionando também a Justiça, e esta tarefa continuaremos cumprindo”, informou Thiago em nota enviada à Imprensa.

Simone Silva levou sua filha de 3 anos para o ato em Ponte Nova e relatou muitos problemas de saúde enfrentados por ela e outros membros de sua família, bem como os atrasos na garantia das questões definitivas, como o reassentamento em Gesteira. “Vivemos uma luta diária para garantir nossos direitos. Eu não tenho cartão e nenhuma renda que venha da Samarco, e minha casa foi afetada, assim como a de muitos outros moradores”, contou ela, na nota do MAB.

Serginho Papagaio, também atingido de Barra Longa, falou de seu amplo conhecimento sobre a região atingida e os muitos dramas humanos vivenciados, "os quais pioram com o sentimento de impunidade".

 

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