Em Santa Cruz do Escalvado, transcorre a expectativa sobre os exames – na Fundação Ezequiel Dias/BH – de amostras de sangue retiradas de dois rapazes mortos com febre, havendo indicativos de ocorrência de febre maculosa, transmitida por carrapatos. Estes são hospedeiros principalmente de capivaras (e equinos).
A informação é da prefeita Soninha Untaler/MDB, preocupada com a adoção de medidas preventivas, já que os dois óbitos – um há 30 dias e outro neste domingo (9/9) – ocorreram na comunidade de Porto Plácido, onde é grande a população de capivaras.
Os dois pacientes morreram durante internação no Hospital Arnaldo Gavazza, em Ponte Nova. Em Santa Cruz, o alerta envolve as Secretarias de Saúde/Equipe de Vigilância Sanitária e de Meio Ambiente.
Esta FOLHA ouviu Darlene Dias Bitencourt, enfermeira-chefe do Programa Saúde da Família de Porto Plácido, a qual avalia a gravidade do quadro, já relatado à Superintendência Regional de Saúde com apelo por apoio urgente.
Segundo Darlene, nesta semana deve ocorrer reunião para dimensionar a situação, e, se for o caso, buscar formas de remover a população de capivaras, as quais vêm progressivamente migrando para Porto Plácido, à margem do rio Piranga.
A febre maculosa brasileira, também conhecida como febre do carrapato, é uma infecção causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, presente na picada de carrapato. A ocorrência da doença é mais comum entre junho e outubro, pois é quando os carrapatos estão mais ativos, como informam os especialistas.
A febre maculosa tem cura, mas seu tratamento deve ser iniciado com antibióticos após o surgimento dos primeiros sintomas para evitar complicações graves: inflamação do cérebro, paralisia, insuficiência respiratória ou insuficiência renal e, por fim, a morte.
Os principais sintomas de febre maculosa incluem: febre acima de 39ºC e calafrios; dor de cabeça intensa; conjuntivite; náuseas e vômitos; diarreia e dor abdominal; dor muscular constante; insônia e dificuldade para descansar; inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e na sola dos pés; gangrena nos dedos e orelhas; e paralisia dos membros, que se inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões, causando parada respiratória.