Atingidos pelo rompimento da Barragem de Fundão manifestaram-se na Assembleia Legislativa, em Belo Horizonte, em 28/1, na busca do direito pela participação de saber o que está sendo decidido no processo de responsabilização da Samarco pela tragédia da Barragem de Fundão/Mariana. Eles ainda querem que a investigação permaneça a cargo do promotor de Justiça Guilherme de Sá Meneghin, do Ministério Público marianense.
Militantes do Movimento de Atingidos por Barragem (MAB) acompanharam o ato na Capital mineira. Segundo a representante do MAB Letícia Oliveira, o movimento vai seguir com os contatos junto às lideranças e construir espaços de debate sobre os direitos, desde os direitos que foram garantidos, os que não foram e os que serão garantidos. Uma audiência para debater os pontos do reassentamento está agendada para 22/2.
Desde o primeiro momento da tragédia, que matou 17 pessoas e jogou toneladas de lama no rio Doce e alguns afluentes, a Arquidiocese de Mariana está acompanhando as famílias atingidas e auxiliando as ações do MAB. Além de celebrações, abertura de conta para doações, de reunião junto às Dioceses da Bacia do Rio Doce, prepara-se, para março, seminário para debater a conjuntura após o rompimento da barragem e seus desdobramentos.
Entre 21 e 25/1, lideranças pastorais da Arquidiocese e membros MAB realizaram mutirão de visitas às famílias atingidas com um dia de formação. Essa ação teve como objetivo mostrar às famílias a importância do trabalho do MAB junto aos atingidos e a necessidade de buscar os seus direitos.
Em Barra Longa, cidade que também foi duramente afetada, a principal questão é o reassentamento, além dos direitos emergenciais dos atingidos que não foram garantidos.
“Houve levantamento constatando que 108 famílias que deveriam ter acesso a verba de manutenção não são atendidas. O principal ponto é o reassentamento especialmente do pessoal de Gesteiras, Morro Vermelho e Volta da Capela, onde a Samarco anuncia apenas reforma das casas”, disse Letícia no site da Arquidiocese.
Segundo ela, as casas têm paredes trincadas, há muitas rachadas, um muro já caiu em Gesteira e são muitos os quintais atingidos. “A empresa disse que no momento vai fazer a reforma e algumas pontes já foram reconstruídas”, conclui ela.