O Movimento dos Atingidos por Barragens/MAB anuncia, para esta terça-feira (5/11), em Mariana, ato em memória dos 9 anos do rompimento da Barragem de Fundão/Mariana, pertencente à Samarco (e suas associadas Vale e BHP Billiton). A ruptura derramou 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos tóxicos no rio Gualaxo e dali, passando por Simplício/Chopotó, em Ponte Nova, indo para o rio Doce.
O evento devastou a Bacia do Rio Doce, atingindo mais de 2,5 milhões de pessoas e contaminando cerca de 684km de curso hídrico até os litorais capixaba e baiano. Houve a morte de 19 pessoas e destruição de comunidades inteiras
Haverá, às 9h, encontro no distrito de Bento Rodrigues/Mariana e, paralelamente, plenária – na Arena Mariana – sobre o acordo de repactuação e direitos dos atingidos (leia aqui); às 14h30, marcha pelos direitos dos atingidos, tendo concentração no Centro de Convenções – av. Getúlio Vargas, 110, Centro marianense; e às 16h30, encerramento na praça Minas Gerais.
Com o lema “Lutar e organizar para os direitos conquistar”, o MAB reafirma seu compromisso de seguir pressionando para garantir justiça e reparação integral a todos os atingidos e atingidas. "Serão discutidos os termos do acordo e também formas de avançar no processo de reparação diante das insuficiências existentes", diz o texto do MAB paracontinuar.
– "Este ato acontece em momento crucial para as comunidades atingidas, que enfrentam uma nova fase de lutas na Bacia do Rio Doce com a assinatura da repactuação. Entre os pontos que demandam maior atenção estão as indenizações individuais insuficientes e a exclusão de áreas atingidas, como parte do litoral do Espírito Santo e o sul da Bahia, não reconhecidas no acordo".
Enquanto acontece o ato em Mariana, o MAB acompanha de perto o julgamento em Londres contra a empresa BHP (leia aqui). O processo, iniciado em 21/10 é tentativa de responsabilizar a mineradora no âmbito internacional e garantir reparações justas às vítimas.
Em tempo – A tragédia socioambiental de 2015 é considerada o maior da história do Brasil. Para o MAB, "a tragédia evidencia as consequências de um modelo de exploração que coloca o lucro acima da segurança das pessoas e do meio ambiente, priorizando os interesses do grande capital, e deve ter uma punição exemplar para o Brasil e o mundo."