O açúcar já ultrapassa a produção de etanol no Brasil, e em Minas Gerais a safra promete ser ainda mais doce. De acordo com estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), enquanto a participação do açúcar na safra sucroalcooleira será de 50,4% no país, na comparação estadual, a fatia sobe para 53,4%. No ano passado, a proporção mineira foi de 50,3% para o etanol e 49,7% para o açúcar.
Conforme o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Minas Gerais (Siamg), o pontenovense Luiz Custódio Cotta Martins, a explicação está na falta de competitividade do etanol, que tem estimulado os produtores de cana-de-açúcar a investir menos na produção do álcool. O preço do açúcar está menor em relação ao ano passado, mas mesmo assim ainda tem sido mais vantajoso produzir açúcar do que álcool, afirma Cotta Martins em entrevista ao jornal O Tempo de 14/8.
Para ser competitivo para o consumidor, o álcool tem que custar até 70% do valor da gasolina. Segundo levantamento do site Mercado Mineiro, ele está custando em média R$ 2,096 em Belo Horizonte, o equivalente a 77% do preço da gasolina (R$ 2,717). Segundo o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Estado da Agricultura, João Ricardo Albanez, o preço do açúcar mineiro no mercado interno está em R$ 57,91 (saca de 50 kg), cerca de 10% mais barato do que no mesmo período do ano passado (R$ 64,30).
Todas as usinas são flex e podem produzir tanto açúcar como álcool: então elas podem escolher o que está mais vantajoso no momento, justifica Albanez, também no jornal O Tempo. Mesmo com o preço menor do que no ano passado, um percentual maior da safra vai para a produção do açúcar, pois o preço do etanol está ainda mais desvantajoso. Albanez diz que até julho as exportações do açúcar responderam por 1,4% das vendas externas do Estado.