A retirada dos rejeitos que vazaram após o rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, e estão retidos nas imediações da Usina Hidrelétrica/UHE de Candonga, no rio Doce, logo abaixo de Ponte Nova, vai demorar mais que o esperado.
A dragagem deveria ser concluída até o fim deste ano. O prazo, entretanto, foi alterado para junho/2017, porque a quantidade de sedimentos aumentou, como informou em 26/12 o jornal Hoje em Dia. De sua parte, a Samarco já admite a possibilidade de o trabalho se estender até 2018, “por causa do impacto das chuvas”.
Conforme a mineradora, entre novembro até a segunda quinzena de dezembro, pelo menos 130 mil metros cúbicos/m3 de sedimentos foram levados pelos cursos d’água até a região da UHE. A mineradora já retirou quase 600 mil m3 e teria que remover outros 700 mil m3, conforme apurou a reportagem de Alessandra Mendes.
Na primeira vistoria, em dezembro de 2015, foram constatados 550 mil metros cúbicos depositados perto de Candonga. Em março deste ano, após o período chuvoso de 2015/2016, esse número subiu para 1,3 milhão de metros cúbicos.
Com as chuvas mais intensas neste ano, a quantidade total de sedimentos se espalha por 400 metros à montante (rio acima) da Usina e pode chegar até a 2,3 milhões de metros cúbicos. A estimativa é da própria Samarco.
“Estamos trabalhando sete dias por semana, 24 horas por dia, para retirar o máximo possível [de rejeitos]. Mas trabalhamos condicionados a variáveis sobre as quais não temos domínio, como chuva e vazão do rio, e esse tipo de coisa torna o cronograma um pouco impreciso”, justifica – no jornal de BH – Rodrigo Abreu, engenheiro da Samarco que coordena as atividades em Candonga.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis/Ibama, que fiscaliza as medidas implementadas desde a tragédia da Barragem de Fundão, quer que o trabalho termine antes do início do próximo período chuvoso, em outubro de 2017.
Em nota, o Consórcio Candonga informou ao "Hoje em Dia" que, mesmo com o aumento recente da quantidade de rejeitos depositados nas imediações da barragem da UHE, esta “se encontra dentro dos níveis de segurança exigidos". Arremata a nota: "Ocorre monitoramento diário da barragem e, de acordo com as avaliações realizadas e nas presentes condições, a barragem está estável."